Dados do Trabalho

Título

UTILIZAÇÃO DE ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR EM IMPLANTE DE MARCA-PASSO: UM RELATO DE CASO

Descrição

INTRODUÇÃO: A ecocardiografia transesofágica (ETE) é amplamente funcional no contexto perioperatório, auxiliando na monitorização intraoperatória, fornecendo informações estruturais e funcionais detalhadas, facilitando diagnósticos e orientando intervenções percutâneas. Na eletrofisiologia, a ecocardiografia guia o posicionamento dos eletrodos em estruturas cardíacas específicas. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 90 anos, foi submetida a implante transcateter de prótese valvar aórtica (TAVI).
Tinha hipertensão, cardiopatia isquêmica (stent prévio), insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia e estenose aórtica grave, com dispneia aos pequenos esforços. Usava ticagrelor, bisoprolol, AAS, metformina, olmesartana, hidroclorotiazida, rosuvastatina e vortioxetina. Exame físico revelou sopro sistólico em foco aórtico. Ecocardiograma transtorácico pré-operatório mostrou hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, função sistólica preservada (FEVE 58%) e estenose aórtica acentuada (área valvar 0,8 cm²). Eletrocardiograma pré-operatório apresentou bloqueio atrioventricular de primeiro grau. Exames laboratoriais pré-operatórios normais. Procedimento realizado sem intercorrências e paciente encaminhada para UTI. No pós-operatório imediato, desenvolveu bloqueio atrioventricular total e fc < 20 bpm, melhorando após marca-passo transcutâneo. Indicada implantação de marca-passo fisiológico em laboratório de eletrofisiologia. Foi realizada anestesia geral balanceada, estudo eletrofisiológico e mapeamento do feixe de His. O ETE foi utilizado para visualizar o posocionamento do eletrodo, permitindo a implantação do marca-passo adjacente a borda endocardicado ventriculo esquerdo no septo interventricular. DISCUSSÃO:O marcapasso fisiológico é crucial porque estimula o sistema de condução cardíaco de maneira mais natural, replicando a ativação elétrica normal do coração. Isso preserva a sincronização entre os ventrículos e melhora a função hemodinâmica. Ao estimular o feixe de His ou a região septal, ele reduz a dissincronia cardíaca, diminuindo a incidência de insuficiência cardíaca e arritmias ventriculares, em comparação com a estimulação convencional do ventrículo direito. O eco transesofágico (ETE) é essencial durante a implantação do marcapasso fisiológico porque fornece imagens detalhadas das estruturas cardíacas auxiliando juntamente com o mapeamento eletrofisiologico o adequado posicionamento do eletrodo garantindo que o marcapasso estimule o ramo esquerdo do feixe de His de maneira eficaz com reducao de tempo de fluoroscopia e duracao. Além disso, o ETE ajuda a monitorar possíveis complicações, como perfuração cardíaca ou deslocamento do eletrodo, aumentando a segurança e a eficácia do procedimento. A visualização detalhada fornecida pelo ETE permite uma abordagem mais precisa e segura, otimizando os resultados clínicos, reduzindo a necessidade de intervenções adicionais e promovendo melhores desfechos.

Referência 1

1- Miller, RD. (2015) Miller’s Anesthesia. 8th Edition, Churchil Livingstone, San Diego, pg 1194.

Referência 2

2- Silvestry, FE et al. Echocardiography-Guided Interventions. Journal of the American Society of Echocardiography, 2009.

Palavras Chave

Ecocardiograma Transesofágico; Marca-passo cardíaco artificial; cirurgia cardíaca