Dados do Trabalho


Título

BLOQUEIO SIMPÁTICO LOMBAR COMO ESTRATÉGIA ANALGÉSICA EM OCLUSÃO ARTERIAL POR TROMBOANGEÍTE OBLITERANTE: RELATO DE CASO

Descrição

Introdução
As dores decorrentes de isquemias estão dentre as mais exuberantes e com alta morbidade. Destas, destaca-se como etiologia a dor decorrente da tromboangeíte obliterante, uma doença trombótica não aterosclerótica, de característica inflamatória e forte associação ao tabagismo, que afeta artérias de pequeno e médio calibre e responsáveis por provocar, além de dor intensa, flebite, trombose arterial e isquemia aguda. É mais comum em homens e afeta principalmente os pés, por isquemia de artérias poplíteas.
Relato de caso
Paciente do sexo masculino, 48 anos, história pessoal de HAS, tabagismo (carga tabágica de 20 anos-maço) e tromboangeíte obliterante. Após queixas de dor recorrentes (10/10), recebeu o diagnóstico incorreto de trombose venosa profunda, com prescrição de meias compressivas e piora importante do quadro durante um ano, quando recebeu o diagnóstico de tromboangeíte obliterante e evoluiu para isquemias recorrentes e necrose de 5º pododáctilo. Em pós-operatório de amputação de pododáctilo e angioplastia poplítea, manteve dor de grande intensidade sem resposta a terapias conservadoras (compressas quentes, analgesia com morfina). Realizou-se tentativa de analgesia com bloqueio simpático venoso, sem sucesso, seguida com bloqueio de nervo periférico, com manutenção da dor intensa. Por fim, optou-se pelo bloqueio simpático lombar com ropivacaina, seguido de radiofrequência térmica (L2, L3 e L4) e tunelização de de cateter peridural para analgesia em enfermaria, com administração contínua e bolus intermitentes de ropivacaína e fentani e melhora importante do quadro álgico (1/10).
Discussão
A doença arterial obstrutiva periférica, prevalente em até 10% da população, tem um curso insidioso e pode evoluir com dor recorrente e – por vezes – incapacitente. Cerca de 5% a 10% dos pacientes terão isquemia crítica, com necessidade de revascularização. O bloqueio neurolítico da cadeia lombar é uma opção de tratamento nos casos de dor refratária e nos casos de amputação distal, como nesse caso. Pode ser uma opção segura e pode útil para casos de isquemia crítica na tromboangeíte obliterante. A duração da analgesia é incerta, mas sugere-se que até metade dos pacientes permanecem sem queixas após um ano do procedimento. A despeito disso, por seu perfil de segurança, este tratamento pode ser repetido até o completo controle da dor.

Referência 1

BARRETO JUNIOR, Elton Pereira de Sá; NASCIMENTO, Jedson dos Santos; CASTRO, Anita Perpetua Carvalho Rocha de. Bloqueio neurolítico da cadeia simpática lombar melhora dor crônica em paciente portadora de isquemia crítica de membro inferior. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 68, p. 100-103, 2018.

Referência 2

LINK, Steven C.; EL-KHOURY, Georges Y.; GUILFORD, W. Bonner. Percutaneous epidural and nerve root block and percutaneous lumbar sympatholysis. Radiologic Clinics of North America, v. 36, n. 3, p. 509-521, 1998.

Palavras Chave

tromboangeite obliterante; Bloqueio simpático lombar

Área

Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET DO ANESTLIFE - HOSPITAL SÃO DOMINGOS - Maranhão - Brasil

Autores

DENER ALVES CORDEIRO, LUIS EDUARDO LIMA DE CARVALHO, GABRIEL LIMA JUREMA, REINALDO MOREIRA LEITE DA SILVA FILHO, PLINIO DA CUNHA LEAL, MARCOS FERNANDO CAMARA MARANHAO