Dados do Trabalho
Título
Anestesia pediátrica para lobectomia inferior esquerda em Malformação Adenoimatóide Cística Congênita: Relato de caso.
Descrição
INTRODUÇÃO
A MACC é uma doença congênita rara, descrita em 1949, consiste em uma anomalia do desenvolvimento pulmonar, proveniente do crescimento excessivo de bronquíolos terminais, com redução do número de alvéolos. Em geral o diagnóstico é dado intraútero (polidrâmnios ou hidropsia fetal) ou no período neonatal até os 2 anos. A sintomatologia apresenta-se como síndrome do desconforto respiratório, dessaturação, cianose, dependência de oxigênio, necessitando de CPAP ou IOT nos primeiros minutos de vida. É indicado tratamento cirúrgico precoce. Em pacientes sintomáticos é realizado lobectomia de urgência nos primeiros dias de vida e nos assintomáticos é indicado realizar a cirurgia até os 6 meses, à fim de evitar complicações cardiovasculares graves por compressão do mediastino.
RELATO DE CASO
Paciente AFSS, sexo masculino, RN à termo, AIG, 39sem 4d, PC. Ao nascimento, ainda em sala de parto, evolui com hipoatividade, dispneia com gemência, batimento de asa nasal e retração subcostal, necessitando de O2 complementar, FC rítmica, Sat O2 85-88%, ausculta pulmonar com murmúrio vesicular bilateral e estertores. Encaminhado para UTI neonatal com necessidade de IOT devido a piora do desconforto respiratório nas primeiras horas de vida.
Com piora progressiva do quadro respiratório, no 9º dia de vida foi constatado o diagnóstico de Doença Adenomatóide Cística e Enfisema Lobar Congênito, após realizar exame contrastado de abdomen (afastando HD de hérnia diafragmática) e raio-x de tórax evidenciar lesões císticas em hemitórax a direita, hipotransparência difusa HTD, desvio de cânula ipsilateral, imagens saculares em todo HTE, atelectasia extensa em HTD.
Indicado no 13°dia de vida lobectomia do lobo inferior esquerdo, devido a piora do shunt pulmonar. Realizado sob anestesia geral com cetamina 2mg/kg e sevoflurano a 3.5%, mantido em suporte ventilatório sem uso de relaxante muscular, necessidade de transfusão de hemoconcentrado 20 ml/kg durante intraoperatório. Encaminhado à UTI ao término do procedimento, intubado, com melhora do padrão respiratório, diminuição da pressão de pico, aumento da saturação, aumento do volume corrente e diminuição da FiO2. Neonato evolui estável durante pós operatório, sendo extubado no 5ºPO, mantendo bom padrão respiratório com estridor laríngeo, em seguimento com fisioterapia respiratória.
DISCUSSÃO
A realização de procedimentos de grande porte em hospital publico de recursos limitados e o manejo anestésico de cirurgia torácica em neonatos é particularmente desafiador: ventiladores mecânicos com capacidade para fornecer volume corrente adequados para pacientes neonatos, além da necessidade de parâmetros hemodinâmicos invasivos satisfatórios para guiar adequadamente a reposição volêmica e transfusão sanguínea. Neste contexto, a opção por manter o paciente em PS, sem uso de bloqueador neuromuscular, mostrou-se uma opção viável e com resultado satisfatório.
Referência 1
1. Adzick NS, Harrison MR, Flake AW, Howell LJ, Golbus MS, Filly RA. Fetal surgery of cystic adenomatoid malformation of the lung. J Pediatr Surg. 1993 Jun; 28(6):806-12.
Referência 2
2. QUEIROZ, Teísa Ribeiro Degutin Vieira Leal de. Malformação adenomatoide cística tipo i: relato de caso e revisão bibliográfica. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Residência Médica em Pediatria) – Hospital Universitário, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2021
Palavras Chave
Neonato; ventilação mecânica; lobectomia pulmonar
Área
Anestesia Cardiovascular e Torácica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET IPAR - ITAPEVI - SÃO CAMILO POMPÉIA - São Paulo - Brasil
Autores
CAROLINA THOME MILAN AMICI, ANDERSON ROMARIO ALMEIDA DE SOUZA, MARIANA LONGO BORSATO, LUCAS VENDRAMI RIMI, DANIEL VARONI SCHNEIDER, MAYCON LUIZ SILVA OLIVEIRA