Dados do Trabalho
Título
Escala de Braden Melhora a Identificação de Pacientes Cirúrgicos de Alto Risco para Mortalidade em 30 dias
Descrição
INTRODUÇÃO
A escala de Braden (EB) avalia o risco de úlcera de pressão em pacientes internados. Estudos mostram que valores baixos (maior risco) estão associados à fragilidade e, portanto, a maior número de eventos adversos pós-operatórios. O modelo ExCare foi desenvolvido e validado para estratificar pacientes para risco de morte pós-operatória.
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
Avaliar, em pacientes adultos submetidos a cirurgias no HCPA entre 2015 e 2019, se um modelo de risco que inclua a EB pré-operatória associada às variáveis do modelo ExCare melhora a capacidade de identificação de pacientes de alto risco de mortalidade em 30 dias, quando comparada a um modelo com as mesmas variáveis do original.
MÉTODO
Coorte retrospectiva de pacientes adultos submetidos a cirurgias no HCPA entre 2015 e 2019, cujos valores ExCare e EB estivessem calculados até 7 dias antes do procedimento. Foram desenvolvidos dois modelos de regressão logística: (A) com as variáveis do ExCare; e (B) com estas variáveis associadas à EB. A amostra foi dividida em amostras de desenvolvimento/validação (80%/20%), estratificada pelo óbito. Os modelos foram comparados através da área sob a curva ROC (AUC) por meio do Teste de Delong e pelo Net Reclassification Improvement (NRI). O nível de significância adotado foi de 0,05.
RESULTADOS
No período analisado, 62223 pacientes foram submetidos a 106587 procedimentos. Destes, 4398 pacientes apresentaram EB até 7 dias antes do procedimento. O modelo (B) apresentou excelente capacidade discriminativa em relação ao modelo (A) para classificar pacientes que foram a óbito na amostra de desenvolvimento, com AUC 0,912 vs. 0,893, (p = 0,005). Quando aplicado na amostra de validação, o modelo (B) apresentou excelente capacidade discriminativa, com AUC 0,911 vs 0,892 (p = 0,004). Os modelos foram comparados quanto à capacidade de classificar pacientes com probabilidade acima do limiar de cuidado estabelecido pelo ExCare (5%) através do NRI. O modelo (B) classificou 6,4% (IC95% 1,51% - 13,04%) dos pacientes que morreram como sendo de alto risco, sem desclassificar pacientes para probabilidades inferiores.
CONCLUSÕES
A adição de uma variável substituta para fragilidade do paciente melhora a classificação de pacientes de alto risco. Este incremento pode melhorar o cuidado oferecido, uma vez que pacientes de alto risco que não seriam classificados pelo modelo original podem se beneficiar da linha de cuidado ExCare.
Referência 1
Michael J. Pencina1, Ralph B. D’Agostino Sr, Ralph B. D’Agostino Jr et al. Evaluating the added predictive ability of a new marker: From area
under the ROCcurve to reclassification and beyond. Statistics in Medicine. 2008; 27:157–172.
Referência 2
Maarten J.G. Leening, MD, MSc; Moniek M. Vedder, MSc; Jacqueline C.M. Witteman, PhD et al. Net Reclassification Improvement: Computation, Interpretation and Controversies - A Literature Review and Clinician’s Guide. Annals of Internal Medicine. 2014;160:122-131.
Palavras Chave
escala de Braden; risco cirúrgico; mortalidade perioperatória
Área
Medicina Perioperatória
Fonte de financiamento
Público
Instituições
RESIDÊNCIA - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
RAFAELA PIVATO DA FONSECA, THALIS SILVA DE OLIVEIRA, PAULO CORREA DA SILVA NETO, LUCIANA PAULA CADORE STEFANI