Dados do Trabalho
Título
INDIVIDUALIZAÇÃO DE ALVO PRESSÓRICO COM DOPPLER TRASNCRANIANO NO PERIOPERATORIO DE ANGIOPLASTIA DE ARTERIA CARÓTIDA: relato de caso
Descrição
Introdução: O Doppler transcraniano (DTC) é um método útil para o estudo das alterações hemodinâmicas secundárias à estenose ou à oclusão de segmentos dos vasos cerebrais. O uso de aparelho de ultrassom não dedicado torna o método mais disponível e permite seu uso como mais um monitor hemodinâmico. Relato de Caso: Masculino, 72 anos, portador de estenose carotídea bilateral, predominantemente à direita (>70%), secundária a radioterapia cervical (neoplasia de cordas vocais há 10 anos). Admitido eletivamente para angioplastia de carótida percutânea. Inicialmente obtido termo de consentimento livre e esclarecido do paciente para procedimento anestésico. Procedimento fora realizado sob monitorização padrão com cardioscopia, oximetria de pulso, temperatura e medida invasiva da pressão arterial por cateterização da artéria radial esquerda. Como estratégia anestésica, foi realizada sedação leve (escala de agitação e sedação de Richmond de 2 ou 3) utilizando midazolam e fentanil com suporte de oxigênio via cateter nasal. O DTC foi aplicado de forma intermitente antes e após a angioplastia. No exame basal paciente apresentava na artéria cerebral média direita fluxos normais [índice de pulsatilidade (IP): 0,61, velocidade de pico sistólico (VPS): 87,5cm/s, velocidade média (VM): 62,4cm/s e velocidade diastólica (VD): 29,8cm/s)] assim como a artéria cerebral média esquerda (IP: 0,88, VPS: 91,4cm/s, VM: 63,7cm/s e VD:35,1cm/s). Após o procedimento notou-se uma significativa redução do fluxo na artéria cerebral média esquerda (lado não abordado) – IP: 0,74, VPS: 69,1cm/s, VM: 51,2cm/s, VD: 32,5cm/s. Assim, pela possibilidade de redução da perfusão no lado contralateral por roubo de fluxo para o lado agora angioplastado, foi iniciada infusão de noradrenalina objetivando aumento da PAM em 20%, quando houve normalização do fluxo à esquerda. Em nenhum momento houve alteração significativa no DTC da artéria cerebral média direita, nem mesmo após a angioplastia.
Discussão: São amplamente discutidas na literatura as alterações da hemodinâmica cerebral induzidas pela angioplastia de carótida. Dentre as complicações relacionadas há destaque para a síndrome de hiperperfusão e hemorragia cerebral no lado abordado, assim como, de hipoperfusão no lado contralateral.1 O manejo hemodinâmico individualizado e guiado pelas medidas dos fluxos cerebrais parece ser a conduta mais adequada na tentativa de evitar estas complicações. O método aqui utilizado possui fragilidades que limitam sua utilização irrestrita: baixa disponibilidade de referência para o diagnóstico de hipo ou hiperperfusão no cenário específico da angioplastia de carótida, uso do aparelho não dedicado, medidas intermitentes com a possibilidade de aferições em diferentes segmentos dos vasos e ausência de estudos clínicos que correlacionem as alterações do DTC com desfechos clínicos. No entanto, esta abordagem conta com plausibilidade para ser a melhor abordagem disponível para estes pacientes.
Referência 1
Referências:
1. Sánchez-Arjona MB, Sanz-Fernández G, Franco-Macías E, Gil-Peralta A. Cerebral Hemodynamic Changes after Carotid Angioplasty and Stenting. AJNR Am J Neuroradiol. 2007;28(4):640-644.
Palavras Chave
Palavras-chave: Doppler Transcraniano Estenose Carótidas Monitorização hemodinâmica
Área
Tecnologia/Equipamento/Monitoramento
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET S.A.HOSPITAL SÃO RAFAEL - Bahia - Brasil
Autores
GERSON SILVA GOMES