Dados do Trabalho
Título
Análise comparativa entre o uso de opioide endovenoso, analgesia multimodal e raquianalgesia em pacientes submetidos à colecistectomia por videolaparoscopia
Descrição
Justificativa e objetivos: Ainda que a colecistectomia por videolaparoscopia seja amplamente difundida, estudos demonstram que até 41% dos pacientes apresentam dor pós operatória. Portanto, o manejo adequado da analgesia contribui para redução do escore de dor, prevenir eventos adversos e promoção da alta hospitalar precoce. Esse estudo teve como objetivo avaliar os benefícios de três técnicas analgésicas durante o período pós cirúrgico imediato e nas primeiras 24 horas em relação ao controle da dor e redução de complicações adversas. Métodos: Estudo transversal e comparativo. Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos, estado físico I ou II da classificação da Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA), submetidos à cirurgia eletiva e de urgência. Foram excluídos pacientes em tratamento para dor crônica, alérgicos ou conversão para cirurgia por via aberta. Os pacientes foram divididos em três grupos e avaliados em sala de recuperação pós anestésica (SRPA) e no período de 12-24h na enfermaria. Analgesia multimodal (grupo A) com infiltração de Ropivacaína 0,5% 20ml nas incisões e uso de Cetamina 0,5mg/kg e Clonidina 1mcg/kg EV após indução da anestesia geral. Opioide Endovenoso (grupo B) com Morfina 0,1-0,2mg/kg ao final do procedimento. Raquianalgesia (grupo C) com Bupivacaína hiperbárica 5-10mg e Morfina 100mcg intratecal antes da indução da anestesia geral. Todos os pacientes foram submetidos à anestesia geral. Foi aprovado pelo Comitê de Ética (CAEE: 68352923.0.0000.5553). Resultados: Foram selecionados 71 pacientes, sendo excluídos 11 devido a ocorrência de conversão para cirurgia aberta. Os 60 pacientes incluídos foram divididos em três grupos distintos (20 indivíduos em cada). Em relação a SRPA, a maioria teve um tempo de permanência de 60 a 120 minutos, sendo 85% dos pacientes dos grupos A e C e 60% no grupo B. Dor leve foi referida em 65% dos pacientes dos grupos A e B, 55% no grupo C; dor moderada em 30% no grupo A, 25% no grupo B e 40% no grupo C; dor intensa em 5% dos grupos A e C e 10% no grupo B. Houveram efeitos adversos em 60%, com maior prevalência de dor abdominal (91,7% nos grupos A e C, 83,3% grupo B). Na enfermaria, 75% dos pacientes do grupo A e 85% dos grupos B e C apresentaram dor leve; 25% dos pacientes do grupo A e 15% dos pacientes dos grupos B e C, dor moderada. Apresentaram efeitos adversos 55%, 65% e 60% dos pacientes dos grupos A, B e C, sendo a constipação o principal. O grupo A apresentou maior frequência de internação de até 24 horas (80%), seguido do grupo B (55%) e grupo C (45%). Conclusões: A analgesia multimodal resultou em menor incidência de eventos adversos na enfermaria e menor tempo de internação, podendo ser uma opção mais viável em relação a outras técnicas. O uso de morfina endovenosa obteve uma menor frequência de dor moderada a intensa, porém um maior tempo de permanência na SRPA. Por fim, a raquianalgesia apresentou maior dor moderada a intensa em SRPA, mas menor frequência dessa na enfermaria.
Referência 1
Bisgaard T, Kehlet H, Rosenberg J. Pain and convalescence after laparoscopic cholecystectomy. Eur J Surg. 2001;167(2):84-96.
Referência 2
Brandão VGA, Silva GN, Perez MV, et al. Effect of Quadratus Lumborum Block on Pain and Stress Response after Video Laparoscopic Surgeries: A Randomized Clinical Trial. J Pers Med. 2023;13(4):586.
Palavras Chave
Colecistectomia videolaparoscópica; Anestesia e Analgesia; Morfina
Área
Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET INTEGRADO HRAN-HRT-ISMEP - Distrito Federal - Brasil
Autores
JESSICA DE SOUZA MAGALHÃES , JULIANA MARIA DOS SANTOS CARDOSO, FLAVIO TAVARES SAMPAIO, JAISA LEITE ALMEIDA, WILSON CARREIRO VARAO JUNIOR, PAULO SERGIO DE PAULA SOARES JUNIOR