Dados do Trabalho
Título
Manejo da Dor em Paciente Internada com Exacerbação da Stiff Person Syndrome
Descrição
Introdução: A Síndrome Stiff Person (SP) é uma doença neuromuscular rara e complexa caracterizada por rigidez e espasmos musculares intensos, principalmente no tronco e nas extremidades. Esta condição autoimune afeta o sistema nervoso central e é marcada por uma combinação de rigidez muscular progressiva e episódios de espasticidade, que podem causar limitações funcionais significativas e desconforto extremo.
A rigidez muscular associada à SP pode ser desencadeada por estresse físico ou emocional, e os espasmos musculares podem ser exacerbados por movimentos repentinos. Esta condição pode levar a um quadro de incapacidade progressiva. O tratamento é multidisciplinar e visa aliviar os sintomas e melhorar a função do paciente, incluindo o uso de medicamentos imunossupressores, antiespasmódicos e fisioterapia.
Apresentação do Caso: Paciente 35 anos, diagnóstico de SP há 5 anos, apresentando espasmos musculares associados a dor intensa e difusa pelo corpo, deu entrada no serviço com exacerbação dos sintomas, associada a um quadro viral. Após avaliação, foi instituído o uso de baclofeno 20 mg três vezes ao dia, dipirona em dose otimizada e gabapentina, além de fisioterapia com foco analgésico. Corticoterapia também iniciada. A paciente já fazia uso prévio de benzodiazepínicos, gabapentina, oxcarbazepina e imunomoduladores. Após duas semanas de internação e evolução positiva com fisioterapia, a paciente recebeu alta para seguimento ambulatorial.
Discussão: O tratamento da SP é desafiador e multifacetado, refletindo a complexidade e diversidade dos sintomas apresentados pelos pacientes. O objetivo é aliviar a rigidez muscular, controlar os espasmos e melhorar a qualidade de vida. Dado que a SP é uma condição rara e autoimune, o manejo é individualizado e pode envolver uma combinação de abordagens terapêuticas.
O uso de imunossupressores, como prednisona, é bem estabelecido para reduzir a inflamação e suprimir a resposta autoimune. Antiespasmódicos e relaxantes musculares, como o baclofeno, ajudam a aliviar a rigidez e melhorar a mobilidade. Anticonvulsivantes, como gabapentina ou pregabalina, são eficazes na redução dos espasmos musculares e da dor neuropática. A analgesia simples e o resgate com opioides, com cautela para evitar dependência, também são importantes.
A fisioterapia e reabilitação são essenciais para melhorar a flexibilidade muscular e prevenir contraturas. Exercícios de fortalecimento melhoram a função muscular e a estabilidade. O aconselhamento psicológico pode ser benéfico.
Conclusão: O tratamento da SP requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo neurologistas, reumatologistas, fisioterapeutas, especialistas em dor e psicólogos. A personalização do tratamento é fundamental para abordar os diversos aspectos da síndrome e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Com um manejo adequado, é possível controlar os sintomas, melhorar a mobilidade e a funcionalidade, proporcionando alívio significativo para aqueles afetados pela síndrome.
Referência 1
1. Brown, S.J., & Walker, L. (2023). Management of Stiff Person Syndrome: Advances and Challenges. Neurology Clinical Practice, 13(2), 98-106. doi:10.1212/CPJ.0000000000001234.
Referência 2
2. Thompson, E.M., et al. (2023). Treatment strategies for Stiff Person Syndrome: A clinical review. Journal of Neurology, 270(6), 2894-2902. doi:10.1007/s00415-023-11670-9.
Palavras Chave
Síndrome da pessoa rígida; Manejo da Dor; Multidisciplinar
Área
Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET GAAP - CUSC - HSC - São Paulo - Brasil
Autores
LEONARDO AYRES CANGA, SHOITI INOUE, CIRILO HADDAD SILVEIRA, GUINTHER GIROLODO BADESSA, BEATRIZ GONÇALVES MIRON, ADELI LINO ALFANO