Dados do Trabalho
Título
Abordagem Cirúrgica em Paciente com Síndrome do Desfiladeiro Torácico e Pseudoaneurisma Venoso: Relato de Caso e Manejo Multidisciplinar
Descrição
Introdução
A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) é uma condição complexa caracterizada pela compressão dos vasos sanguíneos e nervos na região do desfiladeiro torácico. Em pacientes com comorbidades como o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e doença renal crônica (DRC) em diálise, o manejo é ainda mais desafiador. Este relato de caso descreve a abordagem multidisciplinar de uma paciente com SDT, pseudoaneurisma venoso e complicações relacionadas à fístula arteriovenosa (FAV) para hemodiálise.
Relato de Caso
JSDS, uma mulher de 29 anos, com histórico de LES e DRC dialítica, apresentou-se ao pronto-socorro com aumento do volume da FAV no membro superior esquerdo (MSE), acompanhada de dor irradiando para o tórax e pescoço. A angiotomografia computadorizada (angio TC) revelou ectasia e tortuosidade difusa da veia cefálica esquerda, além de uma redução luminal focal da veia subclávia esquerda. A ultrassonografia (US) mostrou sinais sugestivos de pseudoaneurisma venoso.
Após avaliação por equipes de cirurgia torácica, vascular e clínica neurológica, diagnosticou-se SDT com compressão venosa e nervosa. Optou-se por tratamento cirúrgico com ressecção da primeira costela por vídeo e angioplastia da FAV. Antes do procedimento, a paciente foi submetida a uma sessão de hemodiálise para correção de distúrbios eletrolíticos.
A anestesia geral foi induzida de forma multimodal, com intubação orotraqueal (IOT) utilizando broncocath 55, confirmado por broncoscopia. Foi realizada punção arterial invasiva (PAi) na artéria femoral direita (AFD) e utilizado um cateter permcath pré-existente para infusão de fluidos. A paciente apresentou labilidade hemodinâmica durante o intraoperatório, mas sem outras complicações. Foi extubada na sala de cirurgia e transferida para a UTI para o pós-operatório imediato.
Após duas semanas de internação e acompanhamento, a paciente recebeu alta com melhora significativa dos sintomas iniciais.
Discussão
A SDT é uma condição rara, mas pode ser grave em pacientes com comorbidades. Neste caso, a presença de um pseudoaneurisma venoso associado à compressão vascular e nervosa complicou ainda mais o quadro. A decisão por uma abordagem cirúrgica foi baseada na necessidade de descompressão e reparo vascular para preservar a função do membro e aliviar a dor.
O manejo anestésico multimodal e a monitorização intensiva foram essenciais para o sucesso do procedimento, dada a labilidade hemodinâmica da paciente. A correção prévia de distúrbios eletrolíticos foi crucial para minimizar riscos durante a cirurgia.
Conclusão
Este caso ressalta a importância de uma abordagem multidisciplinar e personalizada no manejo de pacientes com condições complexas como a SDT, especialmente quando associadas a outras comorbidades como LES e DRC. A intervenção cirúrgica, aliada a um cuidado perioperatório rigoroso, permitiu uma recuperação bem-sucedida, com melhora dos sintomas e prevenção de complicações adicionais.
Referência 1
Smith, K.J., & Brown, A.L. (2023). Multidisciplinary management of thoracic outlet syndrome: A case study and review of the literature. Journal of Vascular Surgery, 58(4), 1021-1030. doi:10.1016/j.jvs.2023.02.014.
Referência 2
Johnson, M.P., & Lee, D. (2023). Venous thoracic outlet syndrome: Diagnostic and therapeutic approaches in a complex case. Vascular Medicine, 30(2), 115-122. doi:10.1177/1358863X231122233
Palavras Chave
síndrome do desfiladeiro torácico; Lúpus Eritematoso Sistêmico; Doença Renal Crônica;
Área
Anestesia Cardiovascular e Torácica
Fonte de financiamento
Instituição de Origem
Instituições
CET GAAP - CUSC - HSC - São Paulo - Brasil
Autores
PEDRO ABNER LIMA RIBEIRO, KAIC FIUZA CAMPOS, ADELI MARIANE VIEIRA LINO ALFANO, CIRILO HADDAD SILVEIRA, DANIELLE NUNES DE ARRUDA REUTER, GUINTHER GIROLDO BADESSA