Dados do Trabalho
Título
ABORDAGEM DA SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO COM RESSECÇÃO DE COSTELA CERVICAL E BLOQUEIO SIMPÁTICO TORÁCICO: RELATO DE CASO
Descrição
Introdução
A síndrome do desfiladeiro torácico (SDT) é definida como uma miríade de sintomas decorrentes da compressão do plexo braquial na topografia do desfiladeiro torácico, região entre os músculos escalenos anterior e médio, subclávio e peitoral menor, bem como pela clavícula e pela primeira costela. Compressões neurovasculares podem estar associadas a variações anatômicas ou anomalias estruturais, cujas repercussões clínicas se apresentam como dores, parestesias, disfunções motoras e atrofias.
Relato de caso
Paciente do sexo feminino, 23 anos, antecedente de neuralgia de Arnold e múltiplas alergias (incluindo AINEs). Apresentava quadro de dor e edema em região supraclavicular esquerda, com piora à abdução do braço e prejuízo da funcionalidade, sugestivo de SDT neurogênica verdadeira. Submetida a cervicotomia exploradora com ressecção de costela cervical para controle álgico, sob anestesia venosa total e pós-operatório em UTI, sem intercorrências. Tempo anestésico-cirúrgico de 2h50min. Após alta da UTI em 1º dia pós-operatório, a paciente manteve queixa de dor intensa na enfermaria, sem resposta à analgesia com morfina e adjuvantes. No 7º dia pós-operatório, foi submetida a radiofrequência térmica simpática torácica (T1), com resultado satisfatório e alta para domicílio.
Discussão
O diagnóstico da SDT é essencialmente clínico e envolve provas clínicas no exame físico, como o sinal de Tinel (dor à percussão da fossa supraclavicular), a manobra de Adson (elevação da primeira costela e tensão dos escalenos) e provas de abdução dos braços, de modo que sintomas neurológicos e vasculares são observados. Neste caso, os sinais envolveram compressão do tronco inferior. O estudo radiológico foi útil para exclusão de diagnósticos diferenciais e para o planejamento cirúrgico, ao descartar outras doenças compressivas e sugerir o diagnóstico de SDT, bem como a eletroneuromiografia. O tratamento precoce é essencial para evitar sequelas permanentes, como atrofias. Mediante analgesia insatisfatória com descompressão cirúrgica, optou-se pelo bloqueio simpático com rizotomia em topografia torácica, com boa resposta da paciente.
Referência 1
KALAVA, Arun et al. T1, T2 paraverterbal blocks provide opioid sparing in first rib resection for thoracic outlet syndrome. Journal of Clinical Anesthesia, v. 45, p. 4-5, 2017.
Referência 2
SILVA FILHO, Elpidio Ribeiro da et al. Tratamento cirúrgico da forma arterial da síndrome do desfiladeiro torácico associado à costela cervical. Jornal Vascular Brasileiro, v. 20, p. e20200106, 2021.
Palavras Chave
bloqueio simpático torácico; síndrome do desfiladeiro torácico
Área
Anestesia Cardiovascular e Torácica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET DO ANESTLIFE - HOSPITAL SÃO DOMINGOS - Maranhão - Brasil
Autores
DENER ALVES CORDEIRO, ELIZABETH TEIXEIRA NOGUERA SERVIN, GILSON MARIANO BORGES FILHO, AMANDA LAINA SANTOS PORTO, GUILHERME BURGOS SOUSA, LUAN PINHO FARIAS