Dados do Trabalho


Título

CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS EM PACIENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO

Descrição

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A Síndrome da Apneia Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) é caracterizada pela presença de esforço respiratório intenso pelo paciente durante o sono, decorrente da oclusão parcial (hipopnéia) ou total (apnéia) da via aérea superior. Pacientes com SAHOS apresentam o dobro da incidência de eventos respiratórios, secundários ao uso de hipnóticos, relaxantes musculares e sedativos, tornando-se, pois, tema de grande relevância e desafio na prática médica. O presente estudo tem por objetivo discorrer sobre os desafios enfrentados pelo médico anestesiologista diante de um paciente com apneia obstrutiva do sono.

MÉTODO: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, realizada no período de junho e julho de 2024, selecionando artigos originais na base de dados da National library of medicine (Pubmed), da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), com os descritores conforme DeCS/MeSH: ”Obstructive Sleep Apnea”, “Anesthesia”, “Respiratory Therapy”. Após submissão de critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados dois estudos publicados nos dois últimos 10 anos de relevância para a temática.

RESULTADOS: A SAHOS é definida pelo aumento do esforço respiratório, ocasionando um quadro de microdespertares, secundário ao aumento da atividade simpaticomimética, o que promove, por sua vez, um quadro de hipertensão e taquicardia. Alguns sintomas são bem usuais nesses indivíduos, como ronco, pausas respiratórias e engasgos durante o sono, o que pode ocasionar prejuízo cognitivo e sonolência diurna. Em relação ao diagnóstico, o melhor método é através da Polissonografia. Uma das grandes preocupações enfrentadas pelos médicos anestesiologista é a perviedade das vias aéreas superiores (VAS) dos seus pacientes. Portadores da SAHOS são mais susceptíveis a diminuição do tônus da musculatura faríngea, causando obstrução das VAS e, consequentemente, diminuição do aporte de oxigênio (hipóxia) e aumento da pressão parcial de CO2 no sangue (hipercapnia). Somando-se a isso, há o efeito depressor dos fármacos utilizados na sedação, o que aumenta a morbimortalidade perioperatória desses pacientes. Ademais, frequentemente, tais indivíduos apresentam intubação difícil e depressão respiratória pós-operatória, exigindo a utilização de dispositivos auxiliares e de maior aporte de oxigênio. Inclusive, pacientes diagnosticados com SAHOS e que fazem uso de Continuous Positive Airway Pressure (CPAP), devem utilizá-lo adequadamente quatro a seis semanas antes do procedimento, bem como logo após a sua extubação.

CONCLUSÕES: Diante do exposto, nota-se a importância da consulta pré anestésica e, consequentemente, do diagnóstico precoce dessa Síndrome, para que o anestesista possa realizar um planejamento anestésico adequado para esse paciente, uma monitoração mais rigorosa, bem como esteja preparado diante de possíveis dificuldades e complicações.

Referência 1

PEREIRA, H.; XARÁ, D.; MENDONÇA, J. et al. “Patients with a high risk for obstructive sleep apnea syndrome: postoperative respiratory complications.” Revista portuguesa de pneumologia v. 19, p. 144-151, 2013. DOI: 10.1016/j.rppneu.2013.01.003

Referência 2

BOTREL E SILVA, A. F.; MATOS, B.; TRIVELLATO, I. et al. “A consulta pré-anestésica e o manejo pré-operatório de pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono”. Rev. Med. Minas Gerais, v. 27, p. 45-51, 2017. DOI: 10.5935/2238-3182.

Palavras Chave

Apneia Obstrutiva do Sono; Anestesia; Complicações Respiratórias

Área

Sistema Respiratório e Medicina do Sono

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA NOVA ESPERANÇA - FAMENE - Paraíba - Brasil

Autores

LAÍS SCHULER DE LUCENA CHAVES, LUANA DE FREITAS MARQUES, ROBERTO CAVALCANTI CIRAULO NETO, ORLANDO SCHULER DE LUCENA, PEDRO AUGUSTO DE LIMA BARROSO, LUCAS RUAN DA SILVA SEFER