Dados do Trabalho


Título

Anestesias pediátricas para cirurgias cardíacas: uma revisão sistemática

Descrição

Justificativa e objetivos: A anestesia pediátrica em cirurgias cardíacas é um tema de grande importância para a Anestesiologia, pois interfere significativamente no sucesso da cirurgia e pode repercutir no desenvolvimento infantil. Nos últimos anos, houve grandes avanços nas técnicas anestésicas, monitoramento intraoperatório e manejo perioperatório, resultando em melhorias nos desfechos clínicos. Porém, a literatura médica ainda carece de estudos que atualizem de forma concisa acerca desse tema. Esta revisão sistemática visa identificar lacunas na prática atual e sintetizar os avanços que possam otimizar os cuidados anestésicos em cirurgias cardíacas pediátricas. Método: Este estudo consiste em uma revisão sistemática, cuja pergunta norteadora, elaborada seguindo o protocolo PICO (Population, Intervention or exposure, Outcome), é: Quais os avanços das técnicas de anestesia pediátrica em cirurgias cardiotorácica? Para isso, buscou-se artigos dos últimos 10 anos nas bases de dados PubMed e Scielo, utilizando os descritores “Pediatric anesthesia”, “Cardiac surgery” e “Guidelines”, e o operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão foram artigos relacionados ao tema, nas línguas inglesa ou portuguesa, considerando a leitura dos seus títulos, resumos e textos completos para a inserção no trabalho. Foram encontrados 38 artigos ao todo, sendo 2 selecionados para compor a base principal desta revisão. Resultados: Os artigos selecionados evidenciam que as chances de extubação precoce foram cerca de 2 vezes maiores ao se usar dexmedetonina (DEX) na sala de cirurgia em procedimentos de reparo de coarctação isolada de aorta e Tetralogia de Fallot. Ademais, o uso de cânula nasal de alto fluxo, o tempo médio para interromper as infusões de sedativos, o tempo para alimentação oral e a permanência na UTI foram menores nos grupos que usaram DEX. No entanto, houve mais pacientes associados a arritmias que necessitam de terapia. Um estudo comparativo entre cetamina com fentanil em dose baixa e apenas fentanil em dose alta mostrou que a combinação apresentou resultados superiores ao fentanil isolado em relação à extubação precoce e ao tempo de permanência pós-operatória na UTI. Quanto à monitorização da oxigenação cerebral por Espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIRS), não há consenso quanto à eficácia da sua aplicação na Anestesiologia Pediátrica no pós-operatório imediato e tardio, sendo necessários maiores estudos. Conclusões: Os avanços recentes na anestesia cardíaca pediátrica melhoraram o atendimento e os resultados dos pacientes, mas existem limitações. Um dos principais desafios é a variabilidade fisiológica e farmacocinética entre diferentes faixas etárias pediátricas, exigindo um manejo anestésico cuidadoso. Há escassez de estudos que comparem técnicas anestésicas em Pediatria quanto a parâmetros como tempo de extubação, permanência na UTI, estado hemodinâmico, distúrbios neurocognitivos, uso de inotrópicos, custo, morbidade e mortalidade.

Referência 1

Referência 1: AMULA, V. et al. Changes in Anesthetic and Postoperative Sedation–Analgesia Practice Associated With Early Extubation Following Infant Cardiac Surgery. Pediatric Critical Care Medicine, p. 1, jun. 2019.

Referência 2

Referência 2: KUMAR, G. et al. An evolving anesthetic protocol fosters fast tracking in pediatric cardiac surgery: A comparison of two anesthetic techniques. Annals of Pediatric Cardiology, v. 13, n. 1, p. 31, 2020.

Palavras Chave

Anestesia pediátrica; cirurgia cardíaca

Área

Anestesia Pediátrica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - Ceará - Brasil

Autores

GABRIEL COELHO ALMEIDA, THICIANO SACRAMENTO ARAGÃO, CAIC HERBERT GONÇALVES DA SILVA, ANA KARLA BENIGNO DANTAS, JOÃO BATISTA DOS SANTOS NETO, WASHINGTON LUCAS ALVES DA COSTA