Dados do Trabalho


Título

Avaliação dos danos potencial e real relacionados a anestesia ocorridos com os pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos em hospital terciário. Estudo de coorte retrospectivo.

Descrição

Justificativa e objetivo: Os eventos adversos ocorridos no período perioperatório podem ter produzir diversas tipos de consequências aos pacientes. Esse estudo retrospectivo tem como avaliar e relacionar os danos reais ao estado físico e com as características das cirurgias em que ocorreram. Os dados foram coletados em um hospital terciário. Método: Foram coletados dados obtidos dos formulários de notificação dos eventos adversos que classifica os danos em potenciais ou reais. Os danos reais foram subdivididos em 5 subtipos denominados grau do dano. Dano tipo 1: sem dano, ou seja, não houve impacto sobre o paciente, tipo 2: dano leve – paciente foi monitorizado e observado, tipo 3: dano moderado – houve intervação clínica do anestesiologista e o paciente foi recuperado, tipo 4 dano grave – paciente foi tratado e conduzido a UTI, tipo 5: paciente foi a óbito. Apenas os danos reais foram analisados estatisticamente pelo teste de qui-quadrado, relacionando o estado físico do paciente e o grau do dano, cirurgias realizadas a noite (night surgery) e o grau do dano, e os eventos adversos ocorridos versus dos tipos de dano e os tipos de cirurgias realizadas. Todos os dados foram consideradas variáveis categóricas com desfecho dicotômico Resultados: No período estudado, foram realizadas 23208 procedimentos cirúrgicos durante 17 meses. Foram encontradas 502 notificações, sendo que 177 foram considerados eventos adversos clínicos e foram analisadas. Os eventos adversos mais prevalentes foram pacientes com instabilidade hemodinâmica seguido de eventos respiratórios e reações alérgicas. Não houve resultados estatisticamente significativo na relação entre os eventos adversos estudados e o estado físico dos pacientes e com o tipo do dano p>0,05 e nem em relação ao tipo de dano versus night surgery (p>0,05). O estado físico comparado ao tipo de dano também não demonstrou diferença estatística (p>0,05), porém a gravidade do dano mostrou resultado significativo (p<0,01), com maior incidência de dano tipo 3 em paciente ASA II. Discussão: O estudo mostra que o papel do anestesiologista não deve ser restrito ao papel assistencial. Tratar os eventos clínicos graves é necessário e fundamental, porém reconhecer os principais fatores de risco, a população e as características dos eventos que são mais prevalentes e é importante para manter boa estrutura terapêutica, criar a cultura da notificação e planejar corretamente estratégias preventivas de eventos futuros. Conclusão: No estudo, o dano tipo 3 mais prevalente em pacientes ASA II mostra a atuação do anestesiologista como peça fundamental na melhora dos desfechos clínicos dos pacientes atendidos no hospital terciário e também o resultados de notificações realizadas por toda a equipe no período analisado.

Referência 1

Kaye AD, Barrie S, Kellar R et al. Anesthesia Liability Related to Pre-existing Conditions, Anesthesiology, 2024:33-40

Palavras Chave

evento adverso; dano real; segurança do paciente

Área

Segurança do paciente, melhoria da qualidade e comunicação

Fonte de financiamento

Instituição de Origem

Instituições

CET DO CENTRO MÉDICO DE CAMPINAS - São Paulo - Brasil

Autores

LUIZA AZEDIAS PESSOA VIEIRA, GABRIEL SILVA LIMA, LUIS HENRIQUE CANGIANI, MATHEUS RODRIGUES VIEIRA, ISMAEL PONTES SILVA, ADRIEL FRANCO MATTOS