Dados do Trabalho

Título

Intubação Orotraqueal de Emergência em Neonatos - Videolaringoscopia versus Laringoscopia Direta na Primeira Tentativa: Uma Revisão Sistemática

Descrição

Justificativa e Objetivos: A intubação orotraqueal (IOT) é crucial na anestesiologia, especialmente em neonatos, devido aos desafios anatômicos e fisiológicos únicos. O método de IOT pode impactar a taxa de sucesso e a ocorrência de complicações. A videolaringoscopia é proposta como alternativa à laringoscopia direta (LD), melhorando a visualização das vias aéreas e possivelmente aumentando o percentual de sucesso na primeira tentativa. Este trabalho visa analisar a eficácia e segurança da videolaringoscopia em comparação com a LD na redução do tempo e aumento da taxa de sucesso na primeira tentativa de intubação em neonatos.Método: Realizou-se uma revisão conforme o protocolo PRISMA, com buscas nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando as palavras-chave “video laryngoscopy”, “direct laryngoscopy” e “infants”. Incluíram-se ensaios clínicos e artigos originais publicados a partir de 2019 que comparavam a videolaringoscopia com a LD para IOT em neonatos, com o desfecho primário de intubação bem-sucedida na primeira tentativa. Excluíram-se estudos em idiomas diferentes do português e inglês e que não abordavam diretamente a comparação proposta.Resultados: A busca resultou em 25 artigos potencialmente relevantes. Após a remoção de duplicatas e a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, três estudos foram incluídos na análise final, sendo que quatro foram excluídos por abordarem temas diferentes, e treze foram excluídos por serem revisões ou meta-análises. A videolaringoscopia melhorou a visualização da glote em 14% (IC 95%: 7,4-20%) e aumentou a facilidade da laringoscopia, mas não reduziu o tempo de intubação (Ozawa et al., 2019). Em outro estudo, a intubação bem-sucedida na primeira tentativa ocorreu em 74% dos casos no grupo de videolaringoscopia versus 45% no grupo de LD (p < 0,001). O número mediano de tentativas foi 1 para videolaringoscopia e 2 para LD (Geraghty et al., 2024). A taxa de sucesso sem dessaturação foi maior com a videolaringoscopia (89,3%, IC 95%: 83,7-94,8%) em comparação à LD (78,9%, IC 95%: 71,6-86,1%) - (Riva et al., 2023). Não houve diferenças significativas nas complicações pós-anestésicas entre as técnicas.Discussão: Os resultados sugerem que a videolaringoscopia pode ser superior à LD em termos de taxa de sucesso na primeira tentativa e na redução da dessaturação durante a intubação neonatal de emergência. Esses achados estão alinhados com a literatura existente, destacando as vantagens da videolaringoscopia na visualização das vias aéreas. No entanto, a experiência do operador e a disponibilidade de equipamentos são cruciais para o sucesso do procedimento.Conclusão: A videolaringoscopia pode ser considerada uma técnica preferencial para a intubação orotraqueal em neonatos, especialmente em emergências. Contudo, mais estudos são necessários para validar sua aplicação em diferentes cenários clínicos e confirmar esses resultados em populações maiores.

Referência 1

Referências
1. GERAGHTY, L. E. et al. Video versus Direct Laryngoscopy for Urgent Intubation of Newborn Infants. New England Journal of Medicine, 5 maio 2024.

Referência 2

2. RIVA, T. et al. Direct versus video laryngoscopy with standard blades for neonatal and infant tracheal intubation with supplemental oxygen: a multicentre non-inferiority randomised controlled trial. The Lancet Child & Adolescent Health, v. 7, n. 2, p. 101–111, 1 fev. 2023.

Link para o registro de estudo

https://docs.google.com/document/d/1RVytmBfjta0Dws31ITZlDYb7W_hTO8oLvHF0BKy6kxA/edit

Palavras Chave

Laringoscopia; Recém-Nascido; Videolaringoscopia