Dados do Trabalho


Título

Bloqueio Interpleural na Abordagem Multimodal da Dor em Anestesia para Mastectomia Simples Associada a Plástica Mamária com Implante de Prótese: Relato de Caso

Descrição

INTRODUÇÃO: O bloqueio de nervos periféricos é um dos pilares da analgesia multimodal. A incidência de dor crônica pós-mastectomia é estimada em 20-50%. RELATO DO CASO: Foram seguidos os CARE guidelines para construção do relato. Mulher, 40 anos, 70 kg, ASA II, hipertensa, portadora de câncer de mama. Admitida em bom estado geral para mastectomia simples com biopsia de linfonodo sentinela e plástica mamária com implante de prótese sob anestesia geral associada a bloqueio interpleural (BIP). Realizada, após monitorização básica, sedação endovenosa (EV) com: midazolam 4.5mg, haloperidol 1.5 mg, Droperidol 0.75 mg, clonidina 45 µg e fentanil 60 µg. Posicionada em decúbito lateral, com mama a ser operada em posição não dependente. Realizada punção do 7º espaço intercostal a nível do ângulo inferior da escápula, com agulha de Tuohy 18. Injetado 20 ml de Ropivacaína a 0.1%. Posicionada em decúbito dorsal e realizada pré-oxigenação a 100% com máscara facial e indução EV com 150 µg de fentanil, 100 mg de lidocaína, 100 mg de propofol e 40 mg de rocurônio. Procedeu-se intubação orotraqueal sob laringoscopia direta com tubo no 7.5 com cuff. Manutenção anestésica com sevoflurano 2%. Analgesia otimizada com dipirona 2 g e cetorolaco 30 mg EV. Cirurgia durou 4 horas, sendo extubada e encaminhada à SRPA; sem queixas. DISCUSSÃO: BIP pode ser realizado com injeção única, além de possibilitar a inserção de um cateter para analgesia contínua. O BIP pode ser realizado com o paciente deitado, em posição supina ou lateral em posição não dependente. Abordagens através da linha axilar anterior, média ou posterior podem ser utilizadas. É empregada agulha de Tuohy 18G acoplada a uma seringa com ar ou líquido, na borda superior da costela superior. A perfuração da pleura parietal pode ser sentida como um “clique”. A identificação do EIP ocorre pela sucção passiva do conteúdo da seringa, devido a sua pressão negativa, em todo ciclo respiratório. Porém o avanço da agulha se dá na fase expiratória, evitando-se injetar líquido no espaço intercostal, cuja pressão na fase inspiratória também é negativa. Os riscos de fracasso do bloqueio, pneumotórax (2%), dano ao pulmão subjacente, infecção e sangramento torna este bloqueio menos utilizado atualmente, porém, ele é uma opção para casos em que USG não esteja disponível.

Referência 1

1) Dravid, R.M. and Paul, R.E. (2007), Interpleural block – part 2. Anaesthesia, 62: 1039-1049

Palavras Chave

anestesiologia da dor e manejo da dor

Área

Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET S.A.INST.MATERN.INFANT.PE-IMIP - - Brasil

Autores

DÉBORA DE ARAUJO PAZ, VALDEREDO BARBOZA LIRA, RUBENS GOMES DE MELO TEIXEIRA, CATARINA PADILHA TINOCO, GUSTAVO HENRIQUE FRANÇA DE MORAES, BRUNO JOSÉ ALIANO COSTA