Dados do Trabalho
Título
BLOQUEIO MODIFICADO DOS NERVOS TORACOABDOMINAIS POR ABORDAGEM PERICONDRAL (M-TAPA) NA GASTROPLASTIA LAPAROSCÓPICA: ENSAIO CLÍNICO, DUPLO CEGO, RANDOMIZADO.
Descrição
Justificativa e objetivos: A analgesia pós-operatória adequada por um período satisfatório para pacientes submetidos à gastroplastia vertical laparoscópica (GVL) é um desafio, principalmente nas primeiras horas após a cirurgia. Para fornecer um melhor conforto no período pós-operatório, recomenda-se o uso de analgesia multimodal, que inclui analgésicos simples, infiltração de anestésico local em portais laparoscópicos e bloqueios nervosos da parede abdominal. O bloqueio modificado dos nervos toracoabdominais por abordagem pericondral (M-TAPA) surge como uma forma promissora de aliviar a dor pós-operatória em cirurgias abdominais, incluindo a GVL. Devido à escassez de estudos a respeito desse bloqueio, é importante elucidar os seus efeitos, bem como suas diferenças em relação à versão inicial. O objetivo do estudo é avaliar a eficácia do M-TAPA como analgesia pós-operatória para pacientes submetidos à GVL. Método: Trata-se de um estudo prospectivo, controlado, randomizado e duplo cego. Foi realizado em um hospital privado, localizado em São Luís – MA, onde 100 pacientes submetidos a GVL, ASA 2 a 3, foram alocados em dois grupos: grupo com bloqueio com ropivacaína (GR) e grupo com solução salina (GS). Os pacientes do GR receberam injeção de 30 mL de ropivacaína a 0,2% bilateralmente (60 mL ao todo) após indução anestésica e intubação orotraqueal e o GS recebeu solução salina a 0,9% em igual volume. O desfecho primário do estudo foi avaliar a intensidade da dor pós-operatória após o bloqueio modificado dos nervos toracoabdominais. Os desfechos secundários foram a avaliação da qualidade da recuperação pós-operatória através da pontuação obtida no questionário Quality of Recovery (QoR15); o consumo de opioides pós-operatório e os efeitos adversos destes; a avaliação da duração da analgesia pósoperatória e os níveis de interleucinas 6 e 8. Resultados: O estudo demonstrou uma menor intensidade da dor pós-operatória em repouso, no T6 e T12, com diferença estatística favorável ao grupo GR (p=0,015 e p=0,041). A intensidade da dor pós-operatória em movimento no T4, T6 e T12 no grupo GR foi menor quando comparado ao GS(p=0,021, p=0,006 e p=0,002). O critério confiança para ir de alta hospitalar foi maior no grupo GR (p=0,009). A análise da qualidade de recuperação pós-anestésica, também avaliada pelo questionário QoR15, demonstrou diferença com significância estatística entre os grupos (p=0,042): 125 (recuperação boa) no GR, contra 118 (recuperação moderada) no GS. Não houve diferença no consumo de morfina em 24 horas entre os grupos, assim como nos efeitos adversos. O nível de interleucina 8 foi menor no tempo pós-operatório de 24 horas (p=0,003) no grupo GR. Conclusões: O M-TAPA proporcionou menor dor pós-operatória e uma melhor qualidade de recuperação pós-anestésica. Assim, demonstra ser uma ótima opção para a técnica anestésica da GVL.
Referência 1
Aikawa K, Tanaka N, Morimoto Y. Modified thoracoabdominal nerves block through perichondrial approach (MTAPA) provides a sufficient postoperative analgesia for laparoscopic sleeve gastrectomy. J Clin Anesth. 2020;59:4445. doi:10.1016/j.jclinane.2019.06.020
Referência 2
Bilge A, Başaran B, Altıparmak B, Et T, Korkusuz M, Yarımoğlu R. Comparing ultrasoundguided modified thoracoabdominal nerves block through perichondrial approach with oblique subcostal transversus abdominis plane block for patients undergoing laparoscopic cholecystectomy: a randomized, controlled trial. BMC Anesthesiol. 2023;23(1):139. 2023 Apr 27. doi:10.1186/s12871023 02106z.
Link para o registro de dados
https://ensaiosclinicos.gov.br/rg/RBR-9sh54h5
Palavras Chave
Bloqueio M-TAPA; Gastroplastia Vertical; Analgesia Multimodal
Área
Anestesia Regional
Fonte de financiamento
Instituição de Origem
Instituições
CET DO ANESTLIFE - HOSPITAL SÃO DOMINGOS - Maranhão - Brasil
Autores
PEDRO IGOR DE SOUSA RIOS, CAIO MARCIO BARROS DE OLIVEIRA, ROCLIDES CASTRO DE LIMA, LUAN PINHO FARIAS, WILDNEY LEITE LIMA, MARCOS FERNANDO CÂMARA MARANHÃO