Dados do Trabalho
Título
Impacto do Bloqueio do Plano Transverso do Abdome na Dor Pós-Operatória e Uso de Opioides em Cirurgias Bariátricas: Uma Revisão Sistemática e Meta-Análise
Descrição
Justificativa e Objetivos:
O manejo eficaz da dor pós-operatória com o uso mínimo de opioides é essencial na cirurgia bariátrica laparoscópica para melhorar a recuperação e a segurança do paciente. Os protocolos de Recuperação Acelerada Após Cirurgia, que enfatizam a analgesia multimodal com redução de opioides, desempenham um papel central nesse esforço. Esta meta-análise visa avaliar a eficácia e segurança do bloqueio do plano transverso do abdome (TAP) no manejo da dor pós-operatória após cirurgia bariátrica laparoscópica.
Método:
O estudo foi registrado na base de dados PROSPERO CRD42024526384. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, Embase, Cochrane Library e Web of Science em abril de 2024. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que compararam o bloqueio TAP com outros procedimentos anestésicos ou placebo em pacientes submetidos a cirurgias bariátricas laparoscópicas. Os desfechos avaliados incluíram o consumo de opioides, escalas de dor, tempo para deambulação e taxa de náusea e vômito. A diferença média (DM) ou diferença média padronizada (DMP) com intervalos de confiança (IC) de 95% foram utilizadas para desfechos contínuos, enquanto a razão de chances (OR) foi usada para desfechos categóricos. A análise estatística empregou um modelo de efeitos randômicos, com o teste Q e a estatística I² para avaliar a heterogeneidade, sendo significativos P<0,05 e I²>50%.
Resultados:
A busca resultou em 257 citações. Após a revisão completa dos 32 estudos incluídos após a triagem inicial, foram incluídos 11 estudos, totalizando 789 pacientes. 7 estudos relataram o consumo de opioides nas primeiras 24 horas após a cirurgia bariátrica, sendo significativamente menor no grupo TAP (DM: -32,02 mg; IC 95%: -51,33 a -12,71; p<0,01; P=0; I²=100%). Cinco estudos relataram o número de pacientes que solicitaram doses extras de opioides, sendo significativamente menor no grupo TAP (OR: 0,20; IC 95%: 0,07 a 0,62; p<0,01; I²=77%). Seis estudos relataram escores de dor em 30 minutos; sete estudos em 2 horas; oito estudos em 6 horas; oito estudos em 12 horas; e nove estudos em 24 horas. Os escores de dor foram significativamente menores no grupo TAP em 30 minutos (DM: -1,24; IC 95%: -1,80 a -0,68; p<0,01; I²=91%); Em 2 horas (DM: -1,74; IC 95%: -2,59 a -0,89; p<0,01, I²=95%); Em 6 horas (DM: -1,49; IC 95%: -2,53 a -0,46; p<0,01; I²=96%). Em 12 horas (DM: -1,23; IC 95%: -2,24 a -0,23; p=0,02; I²= 96%); Em 24 horas (DM: -0,69; IC 95%: -1,32 a -0,07; p=0,03; I²=94%). Não houve diferença significativa na incidência de náusea e vômito (OR: 0,35; IC 95%: 0,11 a 1,06; p=0,06; I²=79%) ou no tempo para deambulação (DM: -2,08 horas; IC 95%: -4,25 a 0,08; p=0,06; I²=95%).
Conclusão:
Os resultados sugerem que o bloqueio do plano transverso do abdome (TAP) é eficaz na redução do consumo de opioides e na diminuição dos escores de dor nas primeiras 24 horas. Não foram observadas diferenças significativas na incidência de náusea e vômito ou tempo para deambulação.
Palavras Chave
Obesidade; bloqueio do plano transverso abdominal; Dor Pós-operatória
Área
Anestesia Regional
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
KAIQUE FILARDI, BRUNO FRANCISCO MINETTO WEGNER, JAIME ANDRES ARIAS, VITOR ALVES FELIPPE, GABRIEL FREITAS PONTES SILVA, RAFAELA FILARDI