Dados do Trabalho
Título
MANEJO DE VIA AÉREA PARA LARINGOPLASTIA COM BALÃO EM CRIANÇA COM ESTENOSE SUBGLÓTICA
Descrição
Introdução: A estenose subglótica adquirida é um estreitamento da endolaringe e uma das causas mais comuns de estridor e desconforto respiratório em crianças. Podem ser congênitas ou adquiridas (90%), sendo estas, em geral, secundárias à intubação traqueal prolongada. Em crianças com sintomas leves e um grau menor de estenose subglótica, a intervenção endoscópica pode ser eficaz e as opções incluem laser e dilatação laríngea. Para além da óbvia dificuldade na ventilação com máscara e na intubação traqueal que estes doentes apresentam devido à patologia que determina a cirurgia, outros fatores existem que dificultam e condicionam a atuação do anestesista no período perioperatório como as particularidades fisiológicas e anatômicas na criança.
Relato de Caso: Criança do sexo feminino, 1 ano (7kg, 70cm) com história de bronquiolite grave há 2 meses e necessidade de intubação orotraqueal por 6 dias, evoluiu com estenose subglótica diagnosticada por nasofibrolaringoscopia prévia. Apresentava clínica de estridor em repouso e sinais leves de desconforto respiratório. Admitida no centro cirúrgico para dilatação com balão do segmento estenótico sob anestesia geral. Optado por indução anestésica inalatória com Sevoflurano e máscara facial, apesar de acesso venoso periférico 24g prévio, porém, sem funcionalidade, e realizada nova punção para manutenção anestésica endovenosa. A mesma foi realizada com Dexmedetomidina em bomba de infusão contínua 1mcg/kg/h e Cetamina 2mg/kg em bólus. Oferta de O2 mantida através de cateter nasal 2L/min e suporte ventilatório com máscara facial intermitente em concordância com o procedimento cirúrgico. Apesar de acordado previamente com a equipe cirúrgica sobre parâmetros limítrofes que guiassem necessidade de interrupção imediata do ato cirúrgico e garantia de via aérea definitiva, assim como todo o material à disposição para tal, o procedimento transcorreu sem intercorrências. As dilatações foram realizadas com a paciente sob anestesia geral, ventilação espontânea e apneia intermitente durante a insuflação do balão, conforme a necessidade, sendo possível visualizar diretamente a melhora gradual da estenose a cada nova dilatação, mantendo-se a paciente eupneica e estável hemodinamicamente durante todo o procedimento.
Discussão: O uso da dilatação por balão vem sendo utilizado para tratar estenose laríngea ou traqueal em crianças desde a década de 1980, demonstrando resultados encorajadores para os otorrinolaringologistas e desta forma, tornando-se cada vez mais presente na rotina do anestesista. A ventilação espontânea com a glote obstruída por um balão pode levar a complicações sérias, como edema pulmonar; por isso o engajamento da equipe cirúrgica com a equipe anestésica é essencial para que ventilação espontânea e as apneias sejam coordenadas durante o procedimento, em especial na criança não traqueostomizada, e para que o anestesista esteja preparado para lidar com uma via aérea difícil em caso de insucesso da técnica.
Referência 1
SchweigerI C; Smith M; Kuhl G et al. Laringoplastia com balão em crianças com estenose subglótica em evolução: experiência de um hospital terciário. Rev Bras Otorrinolaringologia. 2011; 77(6): 711-715.
Referência 2
Maunsell R; Avelino M. Laringoplastia com balão para estenose sub-glótica adquirida na infância: fatores preditivos de sucesso. Rev Bras Otorrinolaringologia. 2014; 80 (5).
Palavras Chave
estenose subglótica; Laringoplastia; Criança
Área
Anestesia de cabeça, pescoço, otorrinolaringológica e oftalmológica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET IPAR - ITAPEVI - SÃO CAMILO POMPÉIA - São Paulo - Brasil
Autores
IRENE ADEODATO, ISABELA PATRIOTA, MARTINHO PEREIRA NETO, MARCELO QUEIROZ