Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO: PRIAPISMO APÓS RAQUIANESTESIA PARA CIRURGIA UROLÓGICA:
Descrição
Introdução: Priapismo após anestesia do neuroeixo é um evento raro, mas que pode acarretar complicação ou mesmo cancelamento do procedimento urológico. Quando observado, é mais comum em pacientes com menos de 50 anos, após anestesia do neuroeixo, podendo ocorrer, ainda, durante a estimulação do pênis no preparo ou mesmo no momento de inserção do ureteroscópio. São alternativas para o tratamento a injeção intracavernosa de adrenalina, injeção endovenosa de cetamina ou dexmedetomidina e aumento da profundidade da anestesia com anestésicos inalatórios.
Relato de caso: Homem, 44 anos, sem alergias, ASA I, 90 KG, admitido em centro cirúrgico para realização de ureterorrenolitotripsia rígida associada a colocação de cateter duplo J à direita, sendo este o seu primeiro procedimento cirúrgico. Proposta raquianestesia e sedação como técnica anestésica. Sedoanalgesia realizada com 3 mg de midazolam e 30 mcg de fentanil endovenosos. Raquianestesia sob técnica asséptica, espaço L3-L4, punção única com agulha 27g de whiteacre, injeção em espaço subaracnóideo de 10 mg de bupivacaína 0,5% hiperbárica. Nível do bloqueio no dermátomo T10. Paciente evoluiu após 10 minutos, durante antissepsIa pela equipe cirúrgica, com priapismo.
Foi realizada dexmedetomidina 45 mcg endovenoso. Quadro de priapismo persistiu. Optado por conversão para anestesia geral, com indução realizada com 100 mcg de fentanil, 200 mg de propofol e 50 mg de rocurônio. Manutenção com sevoflurano 2% através de máscara laríngea número 5, também sem resolução da ereção. Urologista decidiu puncionar e aspirar o corpo cavernoso resultando em regressão do priapismo, com possibilidade de passagem do ureteroscópio e realização do procedimento cirúrgico sem mais intercorrências.
Discussão: A ereção peniana após raquianestesia no contexto da cirurgia urológica pode impossibilitar a realização da mesma, devendo ser manejada de forma precoce. Inicialmente poderia ter sido considerada a injeção intracavernosa de adrenalina, técnica segura e eficaz para resolução do priapismo intra-operatório. Se priapismo persistente, pode ser necessário mais de uma abordagem terapêutica. As opções de injeção intravenosa de dexmedetomidina, anestesia inalatória e aspiração do corpo cavernoso também são estratégias válidas e que podem ser aplicadas em cenários semelhantes ao deste relato de caso.
Referência 1
GRAY, M. et al. The Management of Unplanned Erection during Endoscopic Urological Surgery. Current Urology, v. 10, n. 3, p. 113–117, ago. 2017.
Referência 2
DAS, J. et al. Priapism during transurethral surgery under spinal anaesthesia: Implications and review of management options. Indian Journal of Anaesthesia, v. 54, n. 6, p. 576–577, 2010.
Palavras Chave
priapismo; raquianestesia
Área
Anestesia Regional
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET IPAR - ITAPEVI - SÃO CAMILO POMPÉIA - São Paulo - Brasil
Autores
CAIQUE ROCHA NEVES, MAYCON LUIZ SILVA OLIVEIRA, MARCELO RIBEIRO DE MAGALHÃES QUEIROZ, LUCAS DE SOUZA LIMA, DANIEL VARONI SCHNEIDER, VITÓRIA JUNQUEIRA NELLI MOTA