Dados do Trabalho


Título

COMPARAÇÃO DO EFEITO DE DIFERENTES DOSES DE NEOSTIGMINA NA REVERSÃO DO BLOQUEIO NEUROMUSCULAR INDUZIDO PELO CISATRACÚRIO EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À ANESTESIA GERAL: ENSAIO CLÍNICO PROSPECTIVO E RANDOMIZADO

Descrição

Justificativa e objetivo: A introdução do bloqueador neuromuscular na anestesia geral foi um marco significativo, mas seu uso pode levar a complicações, como o bloqueio residual. Este estudo tem como objetivo avaliar se o tempo de reversão do bloqueio neuromuscular diminui significativamente com doses maiores de neostigmina em crianças sob anestesia venosa total.
Método: Foram selecionadas crianças de 2 a 10 anos, classificadas como ASA I e II, submetidas a amigdalectomia. Essas crianças foram divididas em quatro grupos: grupo P (placebo), grupo N10 (10 mcg/kg de neostigmina), grupo N20 (20 mcg/kg de neostigmina) e grupo N30 (30 mcg/kg de neostigmina). A randomização foi aleatória e sigilosa. Todos os pacientes foram submetidos à mesma técnica anestésica. A intervenção foi cega, com todas as seringas preparadas por um profissional não envolvido no projeto, diluídas sempre para 10 ml com soro fisiológico e identificadas como "reversão". O bloqueio neuromuscular foi monitorado continuamente pelo método da aceleromiografia, com o Train-Of-Four de 4 estímulos. (TOF Watch SX®; Schering-Plough).
Resultado: Até o momento, 59 crianças foram incluídas no estudo. Os resultados parciais mostram uma diferença estatisticamente significativa no tempo de reversão de TOF 3 até TOF 100% entre os grupos (Kruskal-Wallis, p < 0.001). As medianas dos tempos de reversão foram de 1298 segundos para o grupo P, 840 segundos para o grupo N10, 730 segundos para o grupo N20, e 675 segundos para o grupo N30. Comparações múltiplas Dwass-Steel-Critchlow-Fligner mostraram que os grupos N10, N20 e N30 tiveram tempos de reversão significativamente menores em comparação com o grupo placebo (p = 0.003, p = 0.001, p = 0.003, respectivamente). No entanto, não foi observada uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos que receberam diferentes doses de neostigmina.
Conclusão: Não foi possível determinar se doses maiores de neostigmina resultam em um tempo de reversão menor quando comparadas a doses menores. No entanto, fica evidente que doses mínimas, como 10 mcg/kg, são eficazes. Para uma melhor elucidação, o estudo continuará até que se atinja uma amostra maior. Além disso, dada a variabilidade observada, torna-se clara a necessidade indispensável de uma monitorização objetiva e quantitativa do bloqueio neuromuscular em todas as situações que envolvam o uso de um bloqueador despolarizante.

Referência 1

Griffith HR, Johnson GE. The use of curare in general anesthesia. Anesthesiology 1942; 3: 414-20.

Referência 2

Klucka J, Kosinova M, Krikava I, Stoudek R, Toukalkova M, Stourac P. Residual neuromuscular block in paediatric anaesthesia. Br J Anaesth 2019; 122:e1-e2.

Link para o registro de dados

https://ensaiosclinicos.gov.br/rg/RBR-4xrx2g3 ; 04/25/2024

Palavras Chave

REVERSÃO DO BLOQUEIO NEUROMUSCULAR; CRIANÇAS; CISATRACURIO

Área

Anestesia Pediátrica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET DA FAC.CIÊNC.MÉD.E DA SAÚDE PUC-SP - São Paulo - Brasil

Autores

LETÍCIA CAVALARO SIQUEIRA, ANTONIO JUAREZ MORON MORAD NETO , MARIANA MACHADO SANTOS, ANNE KAROLLINE MENDES SILVA, NORMA SUELI PINHEIRO MÓDOLO, EDUARDO TOSHIYUKI MORO