Dados do Trabalho


Título

Manejo Anestésico e Gerenciamento de Sangue em Paciente Pediátrico com Nefroblastoma: Um Relato De Caso

Descrição

INTRODUÇÃO: O manejo anestésico de pacientes com nefroblastoma apresenta desafios significativos devido às comorbidades associadas à doença e ao risco aumentado de sangramento e instabilidade hemodinâmica durante a ressecção tumoral. Este relato descreve caso de menino com um nefroblastoma de grandes dimensões, cujo tratamento cirúrgico envolveu cuidados perioperatórios intensivos e gerenciamento eficiente do sangue do paciente (do inglês, PBM). RELATO DE CASO: Este relato de caso seguiu as diretrizes CARE. Menor, 12 anos, 39kg, é admitido em serviço de referência para tratamento cirúrgico de volumosa massa abdominal de 2.687 cm3 em região pericapsular renal direita. Na avaliação pré-anestésica, apresentava anemia moderada (Hb 9,4mg/dl e Ht 28%), corrigida com transfusão de concentrado de hemácias (CH). Na sala operatória, realizada monitorização básica e eletroencefalográfica com BIS, pré-oxigenação, indução venosa (EV) multimodal com 10mcg de dexmedetomidina, 20mg de cetamina, 80mg de propofol e 40mg de rocurônio, seguida de intubação orotraqueal e manutenção anestésica com sevoflurano 2% e remifentanil 0,1 mcg/kg/min. Foi realizada anestesia peridural entre L4-L5 com 10ml de ropivacaína a 0,2% e passagem de cateter para controle da dor intra e pós-operatória, além de monitoramento invasivo da pressão arterial (PA) e da pressão venosa central (PVC), essenciais para o manejo hemodinâmico intraoperatório. Devido à expectativa de grande perda sanguínea, foi administrado ácido tranexâmico (TXA) na dose de ataque com 15mg/kg, seguida por manutenção com 5mg/kg/h, e iniciada reposição volêmica com soluções cristaloides 10ml/kg/h. Durante a ressecção tumoral, ocorreu sangramento moderado, levando à diminuição da PA média e da PVC, além de aumento na variação de pressão de pulso, necessitando de suporte com noradrenalina (NE) 0,1mcg/kg/min, reposição volêmica com solução balanceada albuminada 4% 5ml/kg/h e hemotransfusão. Após estabilização hemodinâmica, o procedimento cirúrgico continuou sem complicações adicionais. Fluidoterapia com 1.500ml de solução balanceada e 500ml de CH, apresentando diurese de 300ml por sonda vesical de demora (1,5ml/kg/h). Analgesia complementada com mais 15ml de ropivacaína 0,15% pelo cateter, 15mg de cetamina e 1g de dipirona EV, além de profilaxia de náuseas e vômitos com 4mg de dexametasona e 4mg de ondansentrona. Paciente foi encaminhado à UTI intubado, sem drogas vasoativas, sendo extubado na manhã seguinte ao procedimento. DISCUSSÃO: Discussões sobre o PBM enfatizam sua importância na manutenção da hemoglobina, otimização da hemostasia e minimização da perda sanguínea, especialmente em cirurgias pediátricas complexas. O uso profilático de TXA é componente essencial do PBM e é recomendado para reduzir o risco de sangramento em cirurgias de alto risco. A monitorização invasiva da PA e da PVC permitiu intervenções oportunas diante de alterações hemodinâmicas, contribuindo para um desfecho cirúrgico favorável.

Referência 1

Spilka J; Goobie S. Perioperative Blood Management in the Pediatric Patient. Pediatric Anesthesia: Tutorial 418. 2020, February 18.

Referência 2

Karim A, Shaikhyzada K, Abulkhanova, N, et al. Pediatric Extra-Renal Nephroblastoma (Wilms’ Tumor): A Systematic Case-Based Review. Cancers 2023, 15, 2563.

Palavras Chave

nefroblastoma; Anestesia pediátrica; patient blood management

Área

Sistema Hematológico, Coagulação, Transfusão, Reposição Volêmica e PBM

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET S.A.INST.MATERN.INFANT.PE-IMIP - Pernambuco - Brasil

Autores

RAISSA MELO ARRUDA, BERNARDO RIBEIRO TRAVASSOS, MARIANA GALVÃO PARAHYBA, BRUNO JOSE ALIANO, GUSTAVO ARAUJO COZER, BIANCA JUGURTA