Dados do Trabalho


Título

GESTÃO DO SANGRAMENTO INTRAOPERATÓRIO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO COM USO DA TROMBOELASTOMETRIA ROTACIONAL

Descrição

Introdução: A monitorização da coagulação é fundamental para diagnosticar falhas de coagulação e guiar terapias hemostáticas durante procedimentos cirúrgicos. A tromboelastometria rotacional (Rotem®) mostrou-se promissora no tratamento de estados de hipercoagulação e hipocoagulação associados a sangramento. Relato de caso: Paciente CSBA, masculino, 54 anos, 72 kg, 1,75 m, ASA IV E cirrótico de etiologia alcoólica, com ascite refratária, internado para transplante hepático. Realizada anestesia geral balanceada em sequência rápida com lidocaína 80mg, fentanil 200mcg, propofol 150 mg, e rocurônio 85mg. Tubo orotraqueal 8,5 mm. Após indução, administramos 1g de Metilprednisolona, 10mg de Dexametasona, antibioticoprofilaxia com Ampicilina + Sulbactam 3g e Basiliximabe 20 mg na fase anepática. Durante a fase de dissecção do órgão, houve sangramento difuso importante e de difícil controle. Foram conferidos e otimizados pH, temperatura, cálcio, e coletados hematócrito, hemoglobina, gasometrias arteriais e venosas, e um (Rotem®) basal. Os resultados em tempo real foram: EXTEM MCF 42 mm, INTEM MCF 43mm, e um FIBTEM A10 de 4 mm, plaquetas 46.000/ mm3 e Hb 7,1 g/dL. Transfundiu-se 8 unidades de plaquetas, 8 unidades de crioprecipitado e 3 concentrados de hemácias. Após transfusão dos hemoderivados, houve melhora do sangramento e o procedimento continuou sem mais intercorrências. Realizado novo (Rotem®) após 1 hora da transfusão que evidenciou melhora da coagulopatia tanto laboratorialmente quanto empiricamente relatada pelo cirurgião. Discussão: A tromboelastometria rotacional é uma importante ferramenta para identificar distúrbios de coagulação relacionados à insuficiência hepática no transplante hepático. Avalia dinâmicamicamente o processo de formação do coágulo, pode detectar distúrbios de coagulação gerais e específicos precoces e fornece resultados dentro de 10 minutos após o início do teste. Utiliza-se sangue total para mostrar a interação entre os diferentes componentes sanguíneos e pode ser realizada na temperatura corporal do paciente, o que é uma imensa vantagem nos casos de pacientes com discrasia sanguínea relacionada a hipotermia. É um teste de coagulação usado para avaliar as propriedades viscoelásticas de coágulos formados em todos os estágios da coagulação, como iniciação, amplificação, propagação e estabilidade do coágulo. No caso mencionado se evidenciou um estado hipocoagulável com deficiência de fibrinogênio e de plaquetas e permitiu inicialmente evitar a transfusão de plasma fresco congelado.

Referência 1

Pérez-Calatayud, A.A.; Hofmann, A.; Pérez-Ferrer, A.; Management in Liver Transplant—AConcise Review. Biomedicines 2023, 11, 1093. https://doi.org/10.3390/biomedicines11041093.

Referência 2

Raffael Pereira Cezar Zamper1, Thiago Chaves Amorim1, Luiz Guilherme Villares da Costa1, et al. O papel da tromboelastometria na avaliação e no tratamento da coagulopatia em pacientes submetidos ao transplante hepático.

Palavras Chave

tromboelastograma; transplante; coagulação

Área

Sistema Hematológico, Coagulação, Transfusão, Reposição Volêmica e PBM

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

RESIDÊNCIA - HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS CURITIBA PR - Paraná - Brasil

Autores

JOSIELTON MATOS DA SILVA, MARCELO PEDROTTI DE CESARO, RODRIGO RIBAS AZZOLINI, ROHNELT MACHADO OLIVEIRA, SOFIA RAMALHO GOMES