Dados do Trabalho


Título

VIDEOLARINGOSCÓPIOS VERSUS LARINGOSCÓPIOS DIRETOS NO SUCESSO E NAS COMPLICAÇÕES DE INTUBAÇÕES ELETIVAS DE NEONATOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE

Descrição

Justificativa e objetivos: A videolaringoscopia em intubações de adultos e crianças, quando comparada à laringoscopia direta, permite uma melhor visualização das vias aéreas, aumentando as taxas de sucesso na primeira tentativa e reduzindo as complicações. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar se a utilização de videolaringoscópio é similarmente eficaz no controle de vias aéreas de neonatos submetidos a procedimentos eletivos, quando comparado com desfechos da laringoscopia direta. Métodos: Utilizou-se as bases de dados EMBASE, MEDLINE e COCHRANE para buscar estudos randomizados que compararam a videolaringoscopia e a laringoscopia direta em neonatos (idade ≤ 28 dias) submetidos a procedimentos eletivos. Os principais desfechos coletados foram a taxa de sucesso da intubação orotraqueal (IOT) ou nasotraqueal (INT) na primeira abordagem, o trauma de via aérea e o intervalo de tempo para realização das intubações. A análise estatística foi desenvolvida no Software R 4.4.1, e a heterogeneidade foi avaliada com a estatística I². Resultados: Doze ensaios clínicos randomizados (ECR) foram incluídos, totalizando 1.459 pacientes, sendo 725 (49,7%) submetidos à videolaringoscopia. Os procedimentos foram realizados por residentes em neonatologia e anestesiologia, ocasionalmente com a assistência de especialistas. Em alguns casos, a intubação foi conduzida exclusivamente por médicos com vasta experiência nesse tipo de procedimento. O sucesso da intubação na primeira tentativa foi superior com significância estatística quando realizado pela videolaringoscopia (RR 1,22; 95% IC 1,09 a 1,36; p<0,001; I²=68%; Figura1A). Entretanto, ao analisar os desfechos de trauma de via aérea (sangramentos ou abrasões), não houve significância estatística entre os grupos (RR 0,67; 95% IC 0,33 a 1,37; p=0,274; I²=0%). Além disso, na avaliação do intervalo de tempo para realização do controle das vias aéreas, também não houve diferença com significância estatística entre intervenção e controle (SMD -0,03; 95% IC -0,27 a 0,21; p=0,803; I²=72%). Conclusão: Nesta metanálise, sintetizando e avaliando os dados de doze ECR, que comparam o controle das vias aéreas em âmbito eletivo de neonatos pela videolaringoscopia versus laringoscopia direta, há demonstração de uma melhor assertividade no procedimento na primeira tentativa por videolaringoscópios. Não há diferença considerável na redução de traumas das vias aéreas, assim como não existem variações relevantes no intervalo de tempo para a realização do procedimento entre os grupos. Dessa forma, nosso estudo demonstra a acurácia do uso de videolaringoscópio para intubação na primeira tentativa, sinalizando a sua viabilidade na prática clínica.

Referência 1

Riva T, Engelhardt T, Basciani R et al. Direct versus video laryngoscopy with standard blades for neonatal and infant tracheal intubation with supplemental oxygen: a multicentre, non-inferiority, randomised controlled trial. Lancet Child Adolesc Health. 2023 Feb;7(2):101-111.

Referência 2

Tippmann S, Schäfer J, Winter J et al. Video versus direct laryngoscopy to improve the success rate of nasotracheal intubations in the neonatal intensive care setting: a randomised controlled trial. BMJ Paediatr Open. 2023 Jul;7(1):e001958.

Link para o registro de estudo

https://docs.google.com/spreadsheets/d/13tofbVh9GdsHjl5V_g325qJq2dd8LLZP8RqLVqWUvoQ/edit?usp=sharing

Palavras Chave

Intubação; Neonatologia; Laringoscopia

Área

Anestesia Pediátrica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG) - Minas Gerais - Brasil

Autores

DANIEL MIOTO MATARUCO, MARIA CLARA MERIGHI, ARTHUR VENDRAMIN FÚRIO, RAISSA ÊMILY ANDRADE SOUZA, BRUNO ERICK SINEDINO DE ARAÚJO