Dados do Trabalho
Título
MANEJO DE VIA AÉREA DIFÍCIL EM PACIENTE PEDIÁTRICA PORTADORA DE SINDROME PONTINA TEGMENTAL
Descrição
INTRODUÇÃO
A síndrome pontina tegmental é uma malformação do tronco encefálico, inicialmente descrita
em 2007 e bastante rara em todo o mundo. A etiologia pode ser decorrente de desordem
metabólica, exposição a teratógenos, infecção congênita, síndromes ou aberrações genéticas.
As principais manifestações clínicas são deficiência auditiva e cognitiva, em torno de 70%,
distúrbios no trato gastrointestinal, acometimento neuronal, alterações oftalmológicas,
vômitos cíclicos e complicações relacionadas ao pares cranianos. Além disso, são pacientes
com preditores de via aérea difícil (VAD), tornando o manejo anestésico mais difícil.
RELATO DE CASO:
Paciente feminina, 10 anos, portadora de síndrome pontina tegmental e síndrome dos vômitos
cíclicos, em programação cirúrgica de tarsorrafia e lacorrafia de olho esquerdo. Apresentava
baixa estatura e peso abaixo do previsto para idade. Além disso, déficit intelectual associado.
Paciente com histórico de VAD (retrognatismo,dentes protrusos, extensão cervical diminuída e
abertura bucal diminuída). Familiares relataram episódio de parada cardiorrespiratória
durante indução anestésica em cirurgia prévia devido dificuldade de manejo da via aérea (sem
carta médica) Para o procedimento cirúrgico oftalmológico citado acima, foi submetida à
intubação orotraqueal sob videolaringoscopia com necessidade de uso de bougie pediátrico
(Cormack IV) e utilizado tubo nº 4 sem cuff. Indução anestésica realizada com uso de fentanil,
lidocaína, propofol, rocurônio e manutenção com uso de sevoflurano. Durante intra-
operatório, paciente manteve-se hemodinamicamente estável, sem intercorrências. Ao fim do
procedimento,foi realizada reversão de bloqueio neuromuscular com sugamadex. Realizada
extubação orotraqueal sem intercorrências e com paciente estável clinicamente. Paciente
encaminhada para sala de recuperação pós anestésica, recebendo alta posteriormente para
leito de enfermaria.
DISCUSSÃO
A história prévia de via aérea difícil, é o maior preditor de dificuldade para intubação. O
preparo da técnica anestésica adequada e materiais de via aérea apropriados para o
caso/idade(bougie pediátrico + videolaringoscópio) permitiram sucesso no manejo da via
aérea. Além disso, a entrega em papel impresso para a família com descrição detalhada do
manejo da via aérea, permite ao anestesiologista mais segurança na condução do caso em
futuros procedimentos.
Referência 1
Barth PG, Majoie CB, Caan MW, Weterman MA, Kyllerman M, Smit LM, Kaplan RA, Haas RH, Baas F, Cobben JM, Poll-The BT. Pontine tegmental cap dysplasia: a novel brain malformation with a defect in axonal guidance. Brain. 2007;130:2258–2266. doi: 10.1093/brain/awm188
Referência 2
Rauscher C, Poretti A, Neuhann TM, Forstner R, Hahn G, Koch J, Tinschert S, Boltshauser E. Pontine tegmental cap dysplasia: the severe end of the clinical spectrum. Neuropediatrics. 2009;40:43–46. doi: 10.1055/s-0029-1224100.
Palavras Chave
Anestesia pediátrica; Manuseio das Vias Aéreas
Área
Anestesia Pediátrica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET IPAR - ITAPEVI - SÃO CAMILO POMPÉIA - São Paulo - Brasil
Autores
ISABELA SOARES PATRIOTA, RODOLFO DO VALE MORAIS MELO, MARCELO RIBEIRO DE MAGALHAES QUEIROZ, MAYCON LUIZ SILVA OLIVEIRA, DANIEL VARONI SCHNEIDER, LUCAS VENDRAMINI RIMI