Dados do Trabalho

Título

Protocolo pré-operatório para Cirurgia Robótica em hospital da Serra Gaúcha: segurança através de práticas baseadas em evidências

Descrição

Introdução A cirurgia robótica revolucionou o meio cirúrgico, porém sua complexidade originou novas demandas ao anestesiologista para manejo e segurança dos pacientes. Alterações fisiológicas inerentes ao posicionamento, tempo de procedimento e comprometimento de rápida acessibilidade ao doente contribuem para aumento da morbidade. Esse relato visa demonstrar que a implementação de protocolos anestésicos pré-operatórios aprimora o planejamento e evita intercorrências imprevistas. Relato de Caso Em um hospital de Caxias do Sul - RS, pioneiro em cirurgia robótica na Serra Gaúcha, foi elaborado pela equipe do bloco cirúrgico um protocolo em formato de checklist que facilita a segurança e qualidade no atendimento a esses pacientes. Determinações internas, em consentimento com os anestesiologistas, preconizam três vivências prévias em cirurgia robótica para poder atuar desassistido. Aos cuidados pré-operatórios, cada paciente tem garantia de reserva de leito de UTI, avaliando a necessidade do uso após o procedimento. No transoperatório o checklist elenca o posicionamento adequado do paciente com coxins específicos para a cirurgia proposta, protetores oculares e faciais, cuidados em relação ao manejo de via aérea e com a monitorização básica e avançada. No pós-operatório, em conjunto com a equipe de enfermagem, realiza-se inspeção minuciosa da superfície do paciente a fim de detectar lesões de pele, exame dos olhos, enfisema subcutâneo e averiguação de dor em pontos de compressão nervosa. Todos os itens do protocolo devem ser revisados rotineiramente. Discussão Não existe regulamentação das entidades de anestesiologia do Brasil que proíba o anestesiologista de atuar sozinho no seu primeiro contato com a anestesia robótica. A instituição, preocupada com a segurança e eventuais intercorrências, determinou três imersões prévias antes de atuar desassistido. Um dos desafios anestésicos é o posicionamento. Quando o Trendelenburg é extremo, associado ao pneumoperitônio, ocasiona aumento das pressões de via aérea, frequência cardíaca, resistência vascular sistêmica e liberação de catecolaminas. Essas alterações fisiológicas podem ser previstas através da aplicação de protocolos visando unificação de condutas. A proteção do paciente contra a movimentação é fundamental através do uso de bloqueadores neuromusculares e a monitorização da junção neuromuscular. Os protetores de face e de posicionamento previnem complicações por lesão de nervos periféricos, enfisema subcutâneo, pneumotórax, síndromes

compartimentais dos membros inferiores, edema e comprometimento ocular. Após a segurança do paciente ser atestada, o objetivo do anestesiologista é contribuir para os ganhos oferecidos pela cirurgia robótica. Portanto, a prevenção de complicações através de protocolos de alta vigilância como este é a melhor estratégia para garantir uma cirurgia tranquila e segura.

Referência 1

H, Ashrafian; O, Clancy; V, Grover; A, Darzi. A evolução da cirurgia robótica: aspectos cirúrgicos e anestésicos. Prática Clínica , British Journal of Anaesthesia, v. 119, n. 1, ed. 119, 2017. DOI https://doi.org/10.1093/bja/aex383. 2024. Disponível em: https://www.bjanaesthesia.org/article/S0007-0912(17)54117-3/fulltext. DRA. ANA M. G. Acesso em: 19 jul.

Referência 2

CARRETERO, PROF. DRA. WAYNICE N. P. GARCIA, PROF. DR. LUÍS V. GARCIA, PROF. DR. JOÃO ABRÃO, PROF. DR. JYRSON G. KLAMT. ANESTESIOLOGIA - Anestesia para cirurgia robótica: Sistema de protocolos, FMRP-USP, 2022. Disponível em:https://protocolos.hcrp.usp.br/exportar-pdf.php?idVersao=896. Acesso em: 19 jul. 2024

Palavras Chave

segurança do paciente; Cirurgia Robótica; Cuidados Pré-Operatórios