Dados do Trabalho
Título
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO E ANALGESIA ADJUVANTE INTRAOPERATÓRIA EM PACIENTES SUBMETIDOS À NEUROCIRURGIA DE COLUNA VERTEBRAL
Descrição
Justificativa e Objetivos: A neurocirurgia da coluna vertebral é um procedimento complexo, frequentemente associado a dor intensa no período pós-operatório. Nessa perspectiva, o estudo objetiva descrever o perfil dos pacientes submetidos à neurocirurgia de coluna vertebral e detalhar a utilização de analgesia adjuvante intraoperatória. Método: Estudo transversal, de caráter descritivo, realizado em um hospital terciário do Rio Grande do Sul, adotando como critério de inclusão todos os pacientes submetidos à neurocirurgia eletiva de coluna vertebral entre janeiro de 2020 e dezembro de 2022. Após apreciação ética e dispensa do termo de consentimento livre e esclarecido, os dados foram coletados por meio de prontuários eletrônicos. As variáveis analisadas contemplaram faixa etária, sexo, cor da pele, situação conjugal, exercício de atividade remunerada, escolaridade, religião, tabagismo, etilismo, peso corporal, atopias medicamentosas, presença de comorbidade, multimorbidade, uso contínuo de medicamentos e histórico de cirurgia. Além disso, foram incluídas como variáveis o número e o tipo de analgésicos utilizados, sendo os medicamentos compreendidos: Cetamina, Cetoprofeno, Clonidina, Dexmedetomidina, Dipirona, Lidocaína endovenosa, Morfina e Sulfato de Magnésio. A partir disso, foram estimadas as frequências absolutas e relativas para as variáveis supracitadas. Resultados: A amostra de 32 participantes consistiu, predominantemente, em adultos (62,5%), do sexo masculino (71,9%), de cor de pele branca (96,9%), com cônjuge (56,3%), exercendo atividade remunerada (73,3%), com 9 ou menos anos de estudo (51,7%) e de religião católica (93,8%). Quanto aos hábitos de vida, a maioria dos indivíduos não era tabagista (59,4%), mas eram etilistas (78,1%). Além disso, apresentavam peso corporal inadequado (58,6%), não tinham atopia medicamentosa (96,9%) e possuíam alguma comorbidade pregressa (84,4%), em sua maioria duas ou mais comorbidades (78,1%). Utilizavam de 1 a 2 medicamentos contínuos (40,6%), e, somado a isso, possuíam histórico de cirurgia prévia (81,3%). Com relação aos analgésicos intraoperatórios, o número mais frequente de analgésicos combinados foi de 4 (31,3%), sendo utilizados: Lidocaína endovenosa (100%), Dipirona (87,5%), Cetoprofeno (75,0%), Dexmedetomidina (50,0%), Morfina (34,4%), Clonidina (25,0%), Cetamina (21,9%) e Sulfato de Magnésio (6,3%). Conclusões: Durante o intraoperatório, o uso combinado de analgésicos foi comum, sendo a Lidocaína endovenosa a mais utilizada, seguida por não-opioides e anti-inflamatórios não esteroidais. Isso reforça a contribuição da analgesia multimodal para o sinergismo farmacológico, proporcionando benefícios terapêuticos tanto na eficácia do tratamento quanto na minimização da ocorrência de efeitos adversos. Esses resultados permitem otimizar os protocolos anestésicos de acordo com as características da população, melhorando o prognóstico cirúrgico.
Palavras Chave
assistência perioperatória; Dor Pós-operatória; sinergismo farmacológico
Área
Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
CARLOS EDUARDO CARRA DUARTE, LUCAS DALLA MARIA, GUSTAVO PELICER SCHWAAB, SHANA GINAR DA SILVA, EUGENIO PAGNUSSATT NETO, IVANA LORAINE LINDEMANN