Dados do Trabalho


Título

Escolha de dispositivo de via aérea para retirada de corpo estranho por broncoscopia em paciente pediátrico

Descrição

Introdução: A anestesia para procedimentos broncoscópicos produz uma série de desafios que contemplam a profundidade da hipnose, os agentes envolvidos nesta e à escolha do dispositivo de controle de via aérea. A avaliação pré-anestésica e cuidadoso planejamento do período periprocedimento, incluindo dispositivos para o resgate da via aérea, são mister para a segurança do paciente e sucesso do procedimento, sendo necessário compatibilizar a anatomia do paciente, com a viabilidade do procedimento. Relato de caso: Paciente masculino, de 9 anos, obeso IMC 38, interna com quadro de pneumonia, secundária a aspiração de corpo estranho há 1 mês. Permanecera assintomatico até o momento no qual desenvolveu pneumonia do lobo inferior direito, sendo iniciada antibioticoterapia e submetido à Tomografia de tórax que identificou corpo estranho metálico alojado no brônquio lobar inferior direito. O tempo de jejum era superior a 8 horas. Foi optada pela remoção através de broncoscopia flexível por pré-medicação com midazolam via oral e pela manutenção da hipnose com anestesia geral venosa total com propofol, fentanil e rocurônio para manutenção da imobilidade durante o procedimento, combinada com anestesia tópica da via aérea após indução. Inicialmente foi estabelecido controle da via aérea com tubo orotraqueal 7,5 mm, o de menor diâmetro que permitia passagem do fibroscópio. Após tentativas frustras de extração através do tubo endotraqueal, inviável devido ao diâmetro do corpo estranho, foi realizada a primeira tentativa de extração em bloco do fibroscópio, tubo endotraqueal e corpo estranho, sem sucesso necessitando reintubação com tubo diâmetro 8,0 mm. Nova tentativa da mesma manobra foi realizada, também mal sucedida, desencadeando broncoespasmo e dessaturação revertidos com administração inalatória de salbutamol e sevoflurano. Seguindo estas tentativas frustras, foi reestabelecido controle da via aérea com máscara laringea n°4, através da qual foi possível extração do corpo estranho sem complicações e a revisão e lavagem dos segmentos pulmonares. Discussão: O planejamento da anestesia e procedimentos correlatos na broncoscopia pediátrica deve levar em consideração diversos fatores para seu sucesso e para que se evitem complicações. Neste relato de caso, podemos observar que, para que se obtivesse êxito no procedimento com os equipamentos disponíveis, fez-se necessário buscar vias alternativas ao tubo endotraqueal inicialmente elencado para o controle da via aérea, devido a inviabilidade anatômica da inserção de um tubo de maior diâmetro, que permitisse a extração do corpo estranho através deste. O tempo de jejum adequado e presença de máscara laringea prontamente disponível à equipe, permitiu a adaptação da técnica de controle de via aérea face a uma situação imprevisível que se desenvolveu do decorrer do procedimento, realçando a importância de um adequado planejamento anestésico contemplando contingências.

Referência 1

Goudra, B.G., Singh, P.M., Borle, A. et al. Anesthesia for Advanced Bronchoscopic Procedures: State-of-the-Art Review. Lung 2015,193:453–465.

Palavras Chave

broncoscopia; vIA AEREA; Pediatria;

Área

Anestesia Pediátrica

Fonte de financiamento

Instituição de Origem

Instituições

CET ALFREDO AUGUSTO VIEIRA PORTELLA - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

PEDRO JOSÉ FARIAS BACH, LUIZ GUILHERME MODESTO SZENESZI, GIULIANO LIMA FONTES MARQUES, ALESSANDRA GONÇALVES DE ALMEIDA DA COSTA , SERGIO LUIZ DO LOGAR MATTOS, BRUNO VITOR MARTINS SANTIAGO