Dados do Trabalho
Título
CONTROLE DE DOR ONCOLÓGICA COM SIMPATECTOMIA SACRAL E ANALGESIA PERIDURAL CONTÍNUA: RELATO DE CASO
Descrição
Dor é um sintoma que afeta cerca de 55% dos pacientes em tratamento oncológico e 66% dos portadores de câncer avançado, metastático ou em estágio terminal da doença. Portanto, seu manejo adequado e eficiente torna-se um objeto de estudo da Anestesiologia. O presente relato de caso se propõe a exemplificar a importância da abordagem da dor, com foco na qualidade de vida da paciente. Mulher, 70 anos, hipertensa, diabética não insulino-dependente e portadora de Carcinossarcoma uterino estádio IV, metastático para ovário, omento, linfonodos retroperitoneais e extensas lesões em vulva. Submetida previamente a tratamento cirúrgico, associado a quimioterapia e radioterapia adjuvantes, com progressão de doença. Definido, então, cuidados paliativos exclusivos. Equipe da Anestesiologia acionada devido à dificuldade de controle álgico em regiões perianal, perineal e genital, em especial à micção, banho e troca de curativos. Dor refratária ao uso de Morfina e Fentanil em bomba de infusão contínua, associados a adjuvantes. Optado por realização de simpatectomia sacral química com álcool absoluto, associada a passagem de cateter peridural via lombar, guiado para região sacral por fluoroscopia, com boa dispersão do meio de contraste. Iniciada infusão contínua de Ropivacaína 0,3% e Fentanil 1 mcg/ml via cateter peridural, a 6 ml/h, obtendo-se redução importante e imediata da dor. A dor oncológica é de difícil abordagem, e envolve equipe multiprofissional, participação do paciente e familiares. A farmacoterapia analgésica é o principal método para controle, sendo as terapias intervencionistas indicadas na sua falha. No caso relatado, a paciente apresentou refratariedade ao uso de opióides fortes em infusão contínua, além de analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais. A realização de simpatectomia, associada a bloqueio peridural sacral analgésico, promoveu otimização do controle da dor, possibilitando redução das doses de opioides e melhora da higienização e cuidados da paciente. Dessa forma, a terapia multimodal para controle da dor foi essencial para alívio sintomático e conforto da paciente, com redução de efeitos colaterais.
Referência 1
WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. WHO guidelines for the pharmacological and radiotherapeutic management of cancer pain in adults and adolescents. Geneva, 2018. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241550390. Acessado em: 15 fev. 2024
Referência 2
Rangel O, Telles C. Tratamento da dor oncológica em cuidados paliativos. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, 2012; v. 11, n. 2, p. 32-37.
Palavras Chave
Dor em Oncologia; Simpatectomia Química; Anestesia Peridural
Área
Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET DO IPSEMG - Minas Gerais - Brasil
Autores
PAULA LUIZA ISABELLA CRUZ, PEDRO HENRIQUE NOGUEIRA PIMENTEL, JACI CUSTODIO JORGE, THOMÁS SANTIAGO LOPES FURTADO, PEDRO HENRIQUE TORRES MENEZES , GUSTAVO ESTEVAM DA SILVA GOMES