Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE HEMODINÂMICA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER EM PACIENTE SUBMETIDO A LOBECTOMIA HEPÁTICA– RELATO DE CASO
Descrição
Introdução: A avaliação do status venoso a partir da Ultrassonografia Doppler permite verificar os efeitos de uma congestão venosa periférica patológica a partir de pontos específicos do sistema venoso, possibilitando, assim, determinar uma possível disfunção orgânica ocasionada pela congestão e, então, guiar um planejamento específico e individual.
Relato de caso: Paciente masculino, 44 anos, portador de HIV e adenocarcinoma colorretal com metástase hepática, deu entrada no serviço para lobectomia hepática esquerda com colecistectomia. Procedimento sob anestesia geral combinada, com bloqueio peridural contínuo via cateter inserido em T6-T7 e tunelizado em subcutâneo, sendo programada infusão em BIC pelo cateter de solução de ropivacaína 0,2% + fentanil 2 mcg/ml a 5 ml/h. Realizada hidratação com 1500 ml de Ringer Lactato no intra-operatório, com débito urinário de 250 ml – configurando-se, assim, um balanço hídrico de + 1300 ml. Ao fim do procedimento, foi realizada Ultrassonografia Doppler Point-Of-Care (POCUS) para análise do estado hemodinâmico do paciente, sendo analisados os padrões de fluxo nas veias hepática, portal e intra-renal, definindo-se, a partir das curvas de fluxo, uma congestão leve. O paciente evoluiu no pós-operatório imediato com dor controlada, estável hemodinamicamente, bom parâmetro respiratório e sem uso de O2 suplementar. Realizada retirada de cateter peridural no 1° PO, sem intercorrências.
Discussão: O uso de Doppler POCUS para análise de congestão venosa e suas repercussões tem se mostrado de grande valia para casos com necessidade de investigação de fluidotolerância, situação em que mesmo responsivo ao fornecimento de volume, a oferta de maiores quantidades de fluido pode gerar disfunção por congestão venosa. O primeiro passo para inspeção de tais parâmetros inicia-se com análise da veia cava inferior, em que um diâmetro observado acima de 20 mm configura-se como uma congestão venosa patológica. A partir daí, são analisados outros padrões de fluxos venosos, como das veias hepáticas; intra-renais e veia portal. Em nosso estudo, foi encontrado uma onda sistólica mais amortecida que a diastólica no fluxo das veias hepáticas, ao passo que o fluxo dos outros sítios estudados encontrava-se normal, sendo caracterizado, então, uma congestão leve. Desta forma, consideramos uma estratégia mais cautelosa quanto à hemodinâmica do paciente, não fornecendo mais volume além do realizado.
Referência 1
GALINDO P, GASCA C, ARGAIZ ER, KORATALA A. Point of care venous Doppler ultrasound: Exploring the missing piece of bedside hemodynamic assessment. World J Crit Care Med 2021 November 9; 10(6): 310-322. DOI: 10.5492/wjccm.v10.i6.310
Referência 2
KATTAN E, CASTRO R, MIRALLES-AGUIAR F, HERNÁNDEZ G, ROLA P. The emerging concept of fluid tolerance: a position paper. Journal of Critical Care 71 (2022) 154070. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2022.154070
Palavras Chave
Hemodinâmica; Hidratação; POCUS (Point-of-Care Ultrasonography)
Área
Sistema Hematológico, Coagulação, Transfusão, Reposição Volêmica e PBM
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET CLÍNICA DE ANESTESIA DE GOIÂNIA - Goiás - Brasil
Autores
MATHEUS SILVA DE OLIVEIRA, DARIO HUMBERTO DE PAIVA, GIULLIANO GARDENGHI, GUSTAVO SIQUEIRA ELMIRO, MATEUS FERREIRA DE SIQUEIRA E SILVA, MARCO TULIO FIGUEIREDO