Dados do Trabalho


Título

Análise sistemática do uso de anestesia epidural em partos vaginais: efeitos na mãe e no recém-nascido

Descrição

Justificativa e Objetivos: A anestesia epidural é uma técnica amplamente utilizada para aliviar a dor durante o trabalho de parto vaginal. Todavia, há controvérsias sobre seus efeitos na mãe e no recém-nascido, incluindo os impactos no tempo de trabalho de parto, taxa de intervenções obstétricas e saúde neonatal. Este estudo visa revisar sistematicamente a literatura disponível para avaliar esses efeitos, fornecendo uma visão abrangente e atualizada sobre os benefícios e riscos associados ao uso de anestesia epidural em partos vaginais. Método: Esta revisão sistemática seguiu as diretrizes PRISMA. Foram realizadas buscas nas bases de dados PubMed, Cochrane Library e Scopus para identificar estudos publicados entre 2010 e 2023. Os critérios de inclusão foram estudos randomizados controlados (RCTs) e estudos observacionais que avaliaram os efeitos da anestesia epidural em partos vaginais. Dois revisores independentes realizaram a seleção dos estudos e extração dos dados. A qualidade dos estudos foi avaliada utilizando a escala de Jadad para RCTs e a ferramenta Newcastle-Ottawa para estudos observacionais. Os desfechos primários incluíram duração do trabalho de parto, taxa de cesariana, uso de fórceps/vácuo, e Apgar score do recém-nascido. Resultados: Foram incluídos 20 estudos, totalizando 10.500 parturientes. A análise demonstrou que a anestesia epidural foi associada a um aumento moderado na duração do segundo estágio do trabalho de parto (diferença média de 13 minutos, IC 95%: 9-17 minutos). Não houve diferença significativa na taxa de cesariana entre os grupos com e sem epidural (RR 1,04; IC 95%: 0,92-1,17) . Observou-se uma ligeira elevação no uso de fórceps/vácuo nos partos com epidural (RR 1,18; IC 95%: 1,08-1,30) . Quanto ao Apgar score, não houve diferenças significativas no primeiro e quinto minutos de vida entre os grupos (p > 0,05) . Conclusões: A anestesia epidural em partos vaginais está associada a um aumento discreto na duração do segundo estágio do trabalho de parto e uma maior incidência de uso de instrumentos assistidos (fórceps/vácuo), sem impactar significativamente a taxa de cesáreas ou os escores de Apgar dos recém-nascidos. Esses achados sugerem que, embora a anestesia epidural possa alterar alguns aspectos do processo de parto, ela é segura para uso em termos de resultados neonatais. Assim, demais estudos são necessários para explorar intervenções que possam minimizar o uso de instrumentos assistidos em partos com epidural.

Referência 1

Anim-Somuah M, Smyth RMD, Jones L. Epidural versus non-epidural or no analgesia for pain management in labour. Cochrane Database Syst Rev. 2018;5(5)

Referência 2

Wang F, Shen X. Epidural analgesia during labor is associated with a decreased risk of postpartum depression: A prospective cohort study. Anesth Analg. 2018;127(1):224-229.

Palavras Chave

Anestesia Epidural; anestesia obstétrica; Revisão Sistemática

Área

Anestesia Obstétrica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CENTRO UNIVERSITARIO UNIVERTIX - Minas Gerais - Brasil

Autores

NOELLE CAROLINA FERREIRA CAMPOS, ELISA VIANA DE SOUSA, MARIANA DE FARIA GARDINGO DINIZ