Dados do Trabalho
Título
SÉRIES DE CASOS PACIENTES COM MOYAMOYA SUBMETIDOS A MICROCIRUGIA VASCULAR CEREBRAL
Descrição
Introdução
A síndrome de Moyamoya é uma doença cerebrovascular rara e progressiva, caracterizada pelo estreitamento das artérias cerebrais e formação de vasos colaterais anormais, visualizados como "nuvem de fumaça" em exames radiográficos. Afeta principalmente crianças e adultos jovens, mas pode ser diagnosticada em qualquer idade. Os sintomas incluem AVCs isquêmicos, ataques isquêmicos transitórios, cefaleia e convulsões. O manejo anestésico é desafiador devido ao risco aumentado de complicações vasculares intraoperatórias, necessitando manipulação cuidadosa dos vasos e controle da pressão arterial[1].
Série de Casos
Caso 1: Paciente masculino de 5 anos, portador da síndrome e asmático, com histórico de 3 AVCs sem sequelas motoras. Submetido a microcirurgia vascular cerebral, foi monitorizado com cardioscópio, oxímetro de pulso e PNI. Indução com sevoflurano 5%, fentanil 80 mcg e rocurônio 10 mg, mantido com sevoflurano 2,5%, alvo pressórico PAM 55 mmHg, temperatura acima de 36ºC. A cirurgia durou 5 horas com 100 ml de sangramento, e o paciente foi extubado e encaminhado à UTI sem intercorrências[1].
Caso 2: Paciente de 1 ano e 8 meses, 9,9 kg, também portador da síndrome com histórico de convulsões de ausência. Monitorizado e induzido com sevoflurano 8%, sufentanil 5 mcg e rocurônio 10 mg, mantido com as mesmas configurações do Caso 1. A cirurgia também durou 5 horas com sangramento similar, e foi igualmente extubado e encaminhado à UTI sem complicações[1].
Revisão da Literatura e Considerações Anestésicas
A literatura enfatiza a importância de manter a PAM estável e a normocapnia para evitar complicações isquêmicas ou hemorrágicas. O uso de sevoflurano em ambos os casos deve-se à sua capacidade de dilatar os vasos cerebrais e aumentar o fluxo sanguíneo. Monitoramento contínuo de capnografia, oximetria de pulso e temperatura são essenciais, assim como a manutenção de normotermia e administração cuidadosa de fluidos cristalóides para garantir normovolemia[2].
Discussão dos Casos Clínicos
Ambos os casos demonstram a necessidade de indução cuidadosa, monitoramento rigoroso e manutenção das condições fisiológicas ideais para minimizar riscos durante procedimentos cirúrgicos em pacientes com Moyamoya[1][2].
Conclusão
Os casos discutidos ressaltam a importância de uma abordagem anestésica personalizada, baseada em avaliação pré-operatória detalhada e monitoramento rigoroso. As práticas adotadas são respaldadas pela literatura, que destaca a necessidade de protocolos bem definidos para o manejo eficiente desses pacientes, minimizando os riscos associados às peculiaridades vasculares da síndrome de Moyamoya[2].
Referência 1
aito K, Toyama H, Ejima Y, Yamauchi M. Anesthetic management in an adult moyamoya disease patient undergoing mitral valve plasty for severe mitral regurgitation. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s40981-016-0039-4. Acessado em: 16 de jan. de 2024.
Referência 2
Demartini, Zeferino et al. Moyamoya disease and syndrome: a review. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0100-3984.2021.0010. Acessado em: 16 de jan. de 2024.
Palavras Chave
Síndrome de Moyamoya; Complicações Vasculares; Manejo Anestésico
Área
Neurociência e Anestesia Neurocirúrgica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET DA FAC.CIÊNC.MÉD.E DA SAÚDE PUC-SP - São Paulo - Brasil
Autores
ANNE K KAROLLINE MENDES SILVA, LETÍCIA C CAVALARO SIQUEIRA, MARCELA ORSI PASIANI, GUILHERME LITTÉRIO BENETTE