Dados do Trabalho
Título
ANESTESIA PARA AMPUTAÇÃO TRANSUMERAL BILATERAL - RELATO DE CASO
Descrição
INTRODUÇÃO
O manejo de dor em cirurgias complexas como amputações de membros tem fundamental importância na qualidade de recuperação pós operatória sendo a analgesia multimodal associada a bloqueios periféricos uma excelente ferramenta para obtenção de alívio de dor.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo masculino, 37 anos, 68kg, 166cm de altura, sem comorbidades, admitido no pronto atendimento após sofrer queimaduras de 3º e 4º graus em membros superiores comprometendo área de antebraço e braço distal bilateralmente em decorrência de acidente elétrico em local de trabalho. O manejo inicial foi feito com punção em veia subclávia direita para instalação de cateter venoso central e infusão de fluidos intravenosos. Foi indicada amputação bilateral de MMSS em nível transumeral. Para realização do procedimento paciente foi admitido em sala cirúrgica e monitorizado com oximetria de pulso (em hálux), cardioscopia e PANI (em membro inferior esquerdo). Realizada IOT após indução anestésica endovenosa com midazolam, bombas de infusão contínua alvo-controlada de propofol e remifentanil e rocurônio em bolus. Puncionada artéria pediosa para monitorização de PAI e realizado bloqueio de plexo braquial interescalênico bilateralmente, sendo a única altura possível para bloqueio, já que níveis mais baixos estavam comprometidos por acesso (CVC) ou por ferimentos (lesão em axila esquerda). Para minimizar potencial bloqueio do nervo frênico bilateralmente, risco possível da técnica, além do uso de USG, foi infundido menor volume de anestésico local em um dos lados. No lado direito utilizou-se 20ml de Ropivacaína a 0,5% e do lado esquerdo 8ml da mesma solução. A manutenção anestésica foi feita com propofol e remifentanil em bombas de infusão, além de ketamina, clonidina e metadona, pensando na analgesia pós operatório. Após término do procedimento, interrompida infusão de anestésicos e realizada reversão do bloqueio neuromuscular com sugamadex, paciente retomou ventilação espontânea, foi extubado em sala com bom drive respiratório e reencaminhado para UTI devido complexidade dos ferimentos, mas mantendo estabilidade cardiorrespiratória. No pós imediato paciente acordou sem queixas álgicas importantes. Apresentou dor em membro esquerdo após cerca de 4horas e em membro direito após cerca de 12horas, resultado esperado, já que em lado esquerdo utilizou-se menor volume de anestésico.
DISCUSSÃO
O bloqueio do plexo braquial proporciona eficiente anestesia no intraoperatório e potencializa a analgesia no pós operatório, reduzindo a necessidade de opioides, o que diminui a incidência de depressão respiratória, náuseas e vômitos, confusão mental, constipação, dentre outros efeitos indesejados, aumentado a qualidade de recuperação e a satisfação do paciente. As evidências comprovam superior eficácia dos bloqueios periféricos em cirurgias de MMSS, comparados à anestesia geral isolada, com melhor e mais prolongada analgesia.
Referência 1
1. De Souza JA, Woloszin G, Cunha MLP et al. Avanços recentes em anestesia regional e seu impacto na recuperação pós-operatória. Revista Brasileira de Saúde. 6 (4), 19204–19219.
Referência 2
2. RAWAL, N. Current issues in postoperative pain management. European Journal of Anaesthesiology, v. 33, n. 3, p. 160-171, 2016.
Palavras Chave
Amputação; Queimadura; Bloqueios
Área
Tratamento de Trauma/Queimaduras
Fonte de financiamento
Privado
Instituições
CET DO HOSP.SÃO FRANCISCO DE RIB.PRETO - São Paulo - Brasil
Autores
CAMILA PEREIRA ZUCONI, MARIA JULIA ANDRADE, LUCAS ALBERTO SABLEWSKI, FLÁVIO FERNANDES, PEDRO CÂNDIDO ISMAEL, JOSE ANTÔNIO PINHEIRO MELGES