Dados do Trabalho


Título

ANESTESIA TÓPICA EM CIRURGIA DE FACOEMULSIFICAÇÃO PARA TRATAMENTO DA CATARATA: EFICÁCIA E SEGURANÇA

Descrição

Justificativa e objetivos: As cataratas são uma condição oftalmológica frequente, caracterizada pela opacificação do cristalino do olho. Essa opacidade geralmente resulta do acúmulo de proteínas no cristalino devido ao envelhecimento. Se não tratadas, as cataratas podem levar a comprometimento visual ou cegueira. A facoemulsificação é a cirurgia oftálmica mais comum para a remoção de cataratas, utilizando energia ultrassônica para emulsificar e extrair o cristalino opacificado. Tradicionalmente, a anestesia regional ou geral tem sido usada para essas cirurgias, mas a anestesia tópica vem sendo explorada como uma alternativa menos invasiva. Este estudo visa avaliar a eficácia e a segurança da anestesia tópica em comparação com métodos tradicionais em cirurgias de facoemulsificação. Além disso, examina-se a cooperação do paciente, ocorrência de complicações e sucesso dos procedimentos.
Método: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, incluindo estudos clínicos e ensaios randomizados que compararam a anestesia tópica com a anestesia regional ou geral em pacientes submetidos a facoemulsificação. A eficácia foi medida pela qualidade da analgesia e conforto do paciente durante e após o procedimento, enquanto a segurança foi avaliada pela ocorrência de complicações intraoperatórias e pós-operatórias.
Resultados: Os estudos indicam que a anestesia tópica é amplamente aceita nos Estados Unidos, utilizada por 61% dos cirurgiões. Esta técnica pode ser complementada com anestesia intracameral e sedação, proporcionando analgesia adequada e conforto comparáveis à anestesia regional, mas com menores riscos de complicações associadas à anestesia sistêmica. As vantagens observadas da anestesia tópica incluem a eliminação dos riscos associados às injeções orbitais, uma recuperação funcional mais rápida, eliminação do risco de diplopia pós-operatória, redução do tempo e custo da cirurgia, e menor risco de náusea e mal-estar. Entretanto, a ausência de acinesia pode ser problemática para pacientes não cooperativos, exigindo preparação para imobilização ocular, caso seja necessário. Também é crucial informar o paciente no pré-operatório de que ele continuará a ver durante a cirurgia, o que pode causar ansiedade. Um potencial reflexo oculocardíaco pode ocorrer com este tipo de anestesia, exigindo vigilância adicional. Contudo, a seleção criteriosa dos pacientes é essencial, pois casos complexos ou prolongados podem exigir métodos de anestesia mais robustos.
Conclusões: A anestesia tópica é uma alternativa eficaz e segura para cirurgias de facoemulsificação. Protocolos que considerem especificidades de cada caso podem ampliar seu uso, melhorando resultados clínicos e experiência do paciente. A analgesia proporcionada foi adequada, com boa cooperação dos pacientes e raros relatos de desconforto ou movimento ocular significativo. As complicações foram mínimas e o sucesso dos procedimentos foi elevado, confirmando a segurança e eficácia da anestesia tópica.

Referência 1

Tavares VN, Colossi CG, Saalfeld V et al. Facoemulsificação sob anestesia tópica: série de casos. Revista Brasileira de Oftalmologia. 2013;72(3):178–180.

Referência 2

Wutthayakorn W, Chansangpetch S, Tunruttanakul S. Topical and subconjunctival anesthesia versus topical anesthesia alone in patients with senile cataracts undergoing phacoemulsification: a double-blind randomized controlled trial. BMC ophthalmology. 2024;24(1):20.

Palavras Chave

Facoemulsificação; Catarata; Anestesia e Analgesia

Área

Anestesia de cabeça, pescoço, otorrinolaringológica e oftalmológica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Faculdade Vértice - Minas Gerais - Brasil

Autores

THALES TRIGO ALVES FERNANDES, LAÍZA MACHADO LEITE PIMENTEL, MICHEL BARROS FARIA