Dados do Trabalho


Título

Inserção de Sonda de Ecocardiografia Transesofágica: Técnica por Videolaringoscopia vs. Técnica Convencional, Uma Revisão Sistemática e Meta-Análise Atualizada

Descrição

Justificativa e Objetivos:
A ecocardiografia transesofágica (ETE) é uma ferramenta essencial tanto nos cuidados intensivos quanto na cirurgia cardíaca. Esta meta-análise atualizada tem como objetivo avaliar a eficácia da técnica assistida por videolaringoscopia em comparação com a inserção convencional às cegas, oferecendo evidências para melhorar a prática clínica e a segurança na anestesia cardíaca.
Método:
O estudo foi registrado na base de dados PROSPERO CRD42024529170. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, Embase, Cochrane Library e Web of Science, em março de 2024. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que compararam a inserção da sonda ETE assistida por videolaringoscopia versus inserção às cegas em pacientes intubados em cuidados intensivos ou cirurgias cardiovasculares. Os desfechos avaliados foram sucesso na primeira tentativa, número de tentativas e complicações. Foi utilizado razão de risco (RR) para desfechos categóricos e diferença média (DM) para desfechos contínuos. A análise estatística utilizou um modelo de efeitos randômicos, com o teste de Mantel–Haenszel para desfechos categóricos, e com variância inversa para desfechos contínuos. A heterogeneidade foi avaliada pelo teste Q de Cochran e estatística I², sendo significativa quando P<0,1 e I²>40%.
Resultados:
A busca resultou em 453 citações. Após a triagem inicial, 422 foram excluídas. Após a revisão dos artigos na íntegra, foram incluídos 3 ensaios clínicos, com 549 pacientes submetidos à cirurgias cardiovasculares ou em unidade de terapia intensiva. Nossa análise demonstrou que a assistência da videolaringoscopia aumenta significativamente a taxa de sucesso na inserção da sonda na primeira tentativa (RR = 1,61, IC 95% = 1,19 a 2,17, I² = 83%, p = 0,002). Além disso, a inserção videolaringoscópica da sonda de ETE foi superior quanto a prevenção de lesões, com reduções estatisticamente significativas em lesões faringolaríngeas (RR = 0,36, IC 95% = 0,19 a 0,65, I² = 23%, p = 0,0007, n = 549) e da presença de sangue na ponta da sonda ETE (RR = 0,18, IC 95% = 0,07 a 0,51, I² = 0%, p = 0,001, n = 186). Não houve diferença significativa no tempo médio para a inserção bem-sucedida da sonda ETE na primeira tentativa (DM = 7,38 segundos, IC 95% = -1,04 a 15,79, I² = 76%, p = 0,08), nem no tempo total para a inserção bem-sucedida (DM = -3,08 segundos, IC 95% = -8,90 a 2,74, I² = 86%, p = 0,30).
Conclusão:
Os achados indicam que a inserção assistida por videolaringoscopia é superior à inserção convencional às cegas na redução de lesões durante a inserção da sonda ETE e aumenta a taxa de sucesso à primeira tentativa.

Link para o registro de dados

https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?RecordID=529170

Palavras Chave

Ecocardiograma Transesofágico; Videolaringoscopia; anestesia em cirurgia cardiovascular

Área

Anestesia Cardiovascular e Torácica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

JAIME A. ARIAS, BRUNO FRANCISCO MINETTO WEGNER, KAIQUE CARDOSO FILARDI, LARISSA SANTOS SILVA, RAFAELA GOES MACHADO