Dados do Trabalho


Título

TEP AGUDO EM PACIENTE SUBMETIDA A IMPLANTE DE VALVA AÓRTICA TRANSCATETER (TAVI): RELATO DE CASO

Descrição

INTRODUÇÃO: A correção da estenose aórtica (EA) através da técnica percutânea transvasar (TAVI) vem tendo sua indicação ampliada nos últimos anos, sendo a
estratégia mais utilizada em pacientes idosos em alguns centros. Entender as suas possíveis complicações e manejo adequado fazem parte das habilidades necessárias pela equipe multiprofissional. Apresentamos um relato em que paciente apresentou colapso hemodinâmico intraoperatorio atribuído a tromboembolismo (TEP).
RELATO DE CASO: Paciente sexo feminino, 72 anos, 110kg, sem patologias previas, admitida com quadro de dispneia associada a erisipela. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) evidenciou disfunção sistólica biventricular grave(FE 27%) associada a EA importante (AV 0.7cm2). Doppler venoso inconclusivo. TC tórax com consolidação, vidro fosco, não sendo possível afastar infarto. Dada instabilidade ventilatória, com dependência de O2, foi tratada para TEP/ITR, sendo heparinizada (enoxaparina) associado a antibioticoterapia venosa. Doppler foi repetido após 14 dias com TVP subagudo em veias tibiais posteriores à esquerda (TEP presumido). Paciente evoluiu com melhora do desconforto respiratório (PAO2 66 mmHg e SpO2 95%) e seguiu
programação para TAVI. Durante esse período de preparação foi submetida a extração dentárea sob anestesia geral com intubação sem intercorrências. Foi admitida na sala de hemodinamica, sob monitorização hemodinamica padrão. Técnica anestésica proposta –
sedação com propofol (alvo 1mcg/mL) + remifentanil 0.04 mcg/kg/min. O2 sob máscara de venturi 50% + medida de pressão invasiva via radial esquerda. Durante
manobras para implantação da prótese paciente apresentou taquicardia com QRS alargado e hipotensão persistente e refratária à elevação de aminas vasoativas, sendo prontamente intubada. Mesmo com com liberação da prótese em posição adequada, a
paciente não apresentou melhora hemodinamica. ECO apresentou dilatação importante de câmaras direitas. Exame angiográfico afastou obstrução coronariana e confirmouTEP, sendo indicada trombólise com alteplase. Após administração intra-arterial do trombolítico, paciente apresentou rápida e persistente melhora clinica, sendo encaminhada para UTI em ventilação mecanica e em uso de noradrenalina 0.2mcg/kg/
min, dobutamina 10mcg/kg/min e vasopressina 0,01 U/min. Paciente foi extubada após 8 horas, tendo recebido alta hospitalar após 21 dias do procedimento.
DISCUSSÃO:
Insuficiência para-valvar, ruptura do anel, complicações vasculares, insuficiência renal, AVC e distúrbios da condução são as principais intercorrências do peri-operatório da TAVI com grande impacto na mortalidade. A evolução das técnicas, dos materiais utilizados aliado proficiência das equipes envolvidas através de treinamentos contínuos minimizam a ocorrência de eventos críticos contribuindo para o diagnostico e
tratamento precoce de possíveis intercorrências, com reflexo positivo nos desfechos clínicos de morbimortalidade.

Referência 1

Mack MJ, Leon MB, Thourani VH et al. Transcatheter Aortic –Valve Replacement
with Ballon-Expandable Valve in Low-Risk Patients. N Engl J Med. 2019 May 2;380(18):1706-15.

Referência 2

Eberhard G and Jan-Malte S. The “Big Five” Complications After Transcatheter Aortic Valve
Replacement: Do We Still Have to Be Afraid of Them? J Am Coll Cardiol Intv.2019 Feb, 12(4)
370-372

Palavras Chave

anestesia em cirurgia cardiovascular; Tromboembolismo Pulmonar; implante transcateter de valva aórtica (TAVI)

Área

Anestesia Cardiovascular e Torácica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Hospital da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

DANIEL ADANS WENZINGER, MARCELO DE JESUS MARTINS, LUCAS COUTINHO DE SÁ OLIVEIRA, DIEGO BARREIRO SOUZA, FRANCO BENJAMIM COELHO, MARIANNA DEWAY ANDRADE DRACOULAKIS