Dados do Trabalho


Título

Avaliação ultrassonográfica pré-operatória para predição de laringoscopia difícil: uma revisão sistemática da literatura.

Descrição

A importância de prever dificuldade na intubação, impulsiona a procura por parâmetros mais assertivos de classificação de via aérea. Além de critérios clínicos, recentemente vêm sendo investigados parâmetros ultrassonográficos e sua especificidade em predizer uma via aérea difícil. O emprego da tecnologia do ultrassom (USG) à beira leito tem se mostrado promissor, visto que as estruturas da via aérea superior são superficiais e facilmente identificáveis pelo método. Além disso, o USG é portátil, acessível, de fácil manuseio, gera desconfortos mínimos ao paciente e é de rápida realização. Diante disso, diversos estudos se propuseram a medir, através do USG, estruturas do pescoço anterior que pudessem predizer uma laringoscopia difícil. Sendo assim, o objetivo do estudo é avaliar a aplicabilidade do USG como exame preditor de via aérea difícil. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, com artigos selecionados no PUBMED e Google Acadêmico. Os descritores foram: “difficult airway”, “ultrasound” e “difficult intubation”, e as palavras chave: “intubation”, “ultrasound” e “laryngoscopy”. Os artigos selecionados são estudos publicados entre 2016 e 2024 na língua inglesa, com amostra composta por pacientes adultos, de ambos os sexos, submetidos a intubação orotraqueal em cirurgias eletivas, sendo adotada como via aérea difícil, classificação Cormack-Lehane 3 e 4. Foram excluídos estudos em crianças, gestantes e obesos; vias aéreas com anormalidades; via aérea difícil conhecida; e os realizados em emergência. Ao realizar a laringoscopia direta, tecidos que compõem o pescoço anterior são deslocados para permitir a visualização das cordas vocais. O aumento da espessura destes pode interferir na mobilidade das estruturas da faringe, resultando em uma laringoscopia mais difícil. Os estudos selecionados avaliaram as distâncias entre pele e membrana tireo-hioidea (DSE), pele-osso hióide (SHB), epiglote ao ponto médio das cordas vocais (E-VC), pele-epiglote (ES), pele-cordas vocais (ANS-VC) e a espessura da língua (TV). Dentre estas, ES, SHB e DSE são as mensurações mais associadas a via aérea difícil, com melhor sensibilidade. Já a ANS-VC, não se mostrou confiável, por ter baixa especificidade. Os parâmetros se mostraram bons preditores de via aérea difícil, mas vale ressaltar que melhores resultados foram obtidos na utilização combinada das medidas de USG e preditores clínicos, também sendo superior em excluir a laringoscopia difícil, por apresentar valor preditivo negativo. Não houve consenso dos pontos de corte de cada parâmetro entre os diferentes estudos e, foi apontado ainda, variação em relação a IMC, sexo e etnia. Desta forma, escores que conciliem preditores clínicos com medidas ultrassonográficas de tecidos moles do pescoço anterior apresentam melhores perfis de validade diagnóstica. É relevante sistematizar a forma de utilização do USG e estabelecer valores de corte para os parâmetros, para predizer com maior precisão, a via aérea difícil.

Referência 1

Falcetta S, Cavallo S, Gabbanelli V et al. Evaluation of two neck ultrasound measurements as predictors of difficult direct laryngoscopy: A prospective observational study. European Journal of Anaesthesiology. 2018; 35(8): p 605-612

Referência 2

Agarwal R, Jain G, Agarwal A et al. Effectiveness of four ultrasonographic parameters as predictors of difficult intubation in patients without anticipated difficult airway. Korean J Anesthesiol. 2021; 74(2): 134-141.

Palavras Chave

Intubação; Ultrassom; Laringoscopia

Área

Gerenciamento de vias aéreas

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

UNINGÁ - Paraná - Brasil

Autores

ALEXIA GIMENI CALCAGNI, CLÁUDIA LUÍZA DE MELO AMÉRICO, RAFHAEL RICARDO DE OLIVEIRA, JOSÉ EDUARDO ITOH NASCIMENTO