Dados do Trabalho
Título
CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS EM PACIENTES COM DISTROFIA MUSCULAR FÁSCIO-ESCÁPULO-UMERAL
Descrição
INTRODUÇÃO
A distrofia muscular fáscio-escápulo-umeral (DFEU) é uma doença genética caracterizada pela debilidade progressiva dos músculos faciais, escapulares e umerais. O mecanismo de lesão na DFEU relaciona-se com alterações genéticas que conduzem a expressão anormal de certos genes no músculo. Afeta a face com debilidade dos músculos faciais, fala e piscar, a escápula com escapulas aladas e dificuldade para levantar os braços, os úmeros com debilidade das porções superiores. O diagnostico realiza-se com provas genéticas. O tratamento enfoca-se em fisioterapia e aparelhos ortopédicos para melhorar a qualidade de vida, pois não existe cura. A consideração anestésica na FSHD é focada na prevenção de síndrome neuroléptica maligna (SNM), hipertermia maligna (HM) e evitando a oxigenação para prevenir hipoventilação alveolar. Neste trabalho, objetiva-se o manejo da anestesia geral em pacientes com FSHD.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 70 anos, 62 kg, 170 cm, internada para ressecção de recidiva de neoplasia de mama esquerda. A paciente apresenta passado mórbido de neoplasia em mama esquerda e não apresenta abuso de substâncias ilícitas ou licitas.
Na indução anestésica, a paciente foi monitorada com ECG, oximetria de pulso e capnografia. Foram reservados em sala, frova, videolaringoscópio. Ventilada com máscara facial após a perda de reflexo aferida com TOF (train of four). Recebeu 150 mg de propofol, 180 mcg de fentanil e 50 mg de rocurônio, realizou-se intubação com videolaringoscópio devido à dificuldade de extensão cervical pese a relaxamento muscular adequado, a paciente ainda apresentava rigidez a manipulação das vias aéreas. A ventilação foi controlada com ventilador ajustado a 400 L/min de volume, PEEP de 5 e frequência respiratória de 12 irpm. Introduziu-se termômetro esofágico e utilizou-se TOF e BIS (índice biespectral) durante o procedimento. Manutenção anestésica com Remifentanil 3,0mcg/kg/minuto. Realizou-se morfina 4mg no final do procedimento para analgesia. Reversão do bloqueio neuromuscular com 200 mg de sugamadex e ventilação com pressão de suporte. A paciente foi extubada em sala sem intercorrências, optando-se por recuperação em UTI devido a condição da paciente.
DISCUSSÃO
A anestesia na DFEU visa a prática de anestesia venosa total, evita-se o uso de gases anestésicos, bloqueio muscular com succinilcolina e oxigenação sem ventilação, evitando-se as complicações provenientes da DFEU (HM, SNM e hipoventilação alveolar).
CONCLUSÃO
Este caso ilustra a complexidade da anestesia nas DFEU e as alternativas para prática anestésica nestes pacientes, utilizando-se preferencialmente anestesia venosa total, evidencia-se ainda a necessidade de centros cirúrgicos equipados para a técnica.
Referência 1
Gregory J, McGoldrick KE - Anesthetic implications of neuromuscular disease. Surv Anesthesiology, 2004;48:213.
Referência 2
Stevens RD - Neuromuscular disorders and anesthesia. Curr Opin Anaesth, 2001;14:693-698.
Palavras Chave
DISTROFIA MUSCULAR FÁSCIO-ESCÁPULO-UMERAL; Anestesia;
Área
Anestesia Ambulatorial
Fonte de financiamento
Instituição de Origem
Instituições
CET IPAR - ITAPEVI - SÃO CAMILO POMPÉIA - São Paulo - Brasil
Autores
LUCAS ALENCAR DE ACIOLI LINS, SARAH LAYS CÂNDIDO DA SILVA, MARCELO RIBEIRO DE MAGALHÃES QUEIROZ , DANIEL VARONI SCHNEIDER, LUCAS DE SOUZA LIMA