Dados do Trabalho
Título
BRONCOESPASMO NO PERIOPERATÓRIO DE SEPTOPLASTIA DE PACIENTE ASMÁTICA: UM RELATO DE CASO
Descrição
INTRODUÇÃO: O broncoespasmo é caracterizado pela hiperreatividade das vias aéreas, que desencadeia uma redução do fluxo de ar. A incidência durante o perioperatório em pacientes com asma ou DPOC é entre 0,2% a 2%. Essa complicação tende a ocorrer durante a indução anestésica, devido à irritação mecânica das vias aéreas ao ser realizada a intubação orotraqueal (IOT).
RELATO DE CASO: Paciente, ALSJ, 25 anos, sexo feminino foi admitida em hospital militar para realização de septoplastia. Apresentava TAG, depressão e asma. História de tabagismo e uso de maconha diariamente. Em uso de venlafaxina, lamotrigina e mirtazapina. Cirurgias prévias de amigdalectomia e colonoscopia, sem intercorrências. Alérgica à tramadol. Considerada classe II, pela classificação de Torrington e Henderson..Admitida em sala com sinais vitais estáveis e jejum adequado. Sem preditores de VAD. Indução anestésica com fentanil 250mcg, lidocaína 70mg, propofol 200mg e rocurônio 50mg. Realizada laringoscopia direta, IOT com tubo 7,5cm com balonete, confirmado pela capnografia e por ausculta. Paciente apresentou rigidez torácica com pressão inspiratória elevada e ausculta compativel com broncoespasmo severo. Foi realizado aerolin e clenil em puffs pela IOT, hidrocortisona 500mg EV, ventilação protetora e suspensão da antibioticoterapia, sem melhora significativa. Optou-se pela suspensão da cirurgia. Após 45min, houve discreta melhora do quadro, foi revertido o BNM com sugamadex 200mg EV e realizado tentativa de extubação. Paciente evoluiu com rigidez torácica, piora da ausculta e do padrão ventilatório, retornado fluxo anestésico com propofol em BIC, sevoflurano, rocurônio 50mg, aerolin puffs pela IOT, adrenalina 25mcg EV e clenil puffs. Depois de 30min, administrado precedex 10mcg EV, sendo realizada extubação com melhora da ausculta pulmonar. A paciente foi encaminhada a SRPA, com SatO2 98% e remissão do padrão respiratório.
DISCUSSÃO: Os principais fatores de risco de broncoespasmo no perioperatório são asma, DPOC, alergias, tabagismo e cardiopatias. A paciente apresentava dois fatores de risco: asma e tabagismo. Nesses casos, pode-se realizar profilaxia com corticoide via oral 1 ou 2 dias antes do procedimento, assim como cessação do tabagismo por 48 horas. Os fármacos utilizados para indução anestésica da paciente foram adequados, uma vez que o propofol tem efeito broncodilatador e o rocurônio é um relaxante muscular que não libera histamina.
Referência 1
GARCIA, David et al. Multiple Episodes of Severe Bronchospasm During General Anesthesia: A Case Report. Cureus, v. 14, n. 1, 2022.
Referência 2
DEWACHTER, Pascale et al. Case scenario: bronchospasm during anesthetic induction. The Journal of the American Society of Anesthesiologists, v. 114, n. 5, p. 1200-1210, 2011.
Palavras Chave
broncoespasmo
Área
Anestesia Cardiovascular e Torácica
Fonte de financiamento
Instituição de Origem
Instituições
RESIDÊNCIA - HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS BRASILIA DF - Distrito Federal - Brasil
Autores
MARIA FERNANDA DE MIRANDA MARCELINO, AMANDA CACAES MODESTO ACCIOLY, HERISSON RODRIGUES DE OLIVEIRA , LUCAS DE MELO FREIRE, MYLENA VALADARES SILVA, JULIANA RIBEIRO SANTOS