Dados do Trabalho


Título

Manejo da Via Aérea no Tratamento Cirúrgico de Urgência de Fratura Panfacial

Descrição

Introdução: Fraturas panfaciais são lesões que afetam simultaneamente os terços superior, médio e inferior da face. Compreendem as fraturas frontais, naso-orbito-etmoidais (NOE), do complexo zigomático-maxilar e da mandíbula. Seu manejo é complexo para cirurgiões bucomaxilofaciais (BMF) e anestesiologistas, tanto pelo objetivo estético quanto pela necessidade de resultados funcionais satisfatórios, o que requer a seleção adequada das técnicas de intubação e torna o gerenciamento das vias aéreas (VA) uma tarefa desafiadora.
Relato de caso: Sexo masculino, 43 anos, 76 kg, hígido, motociclista vítima de colisão carro x moto, dá entrada no hospital com trauma facial grave. Ao exame apresenta-se consciente, sem obstrução de VA superior, estável hemodinamicamente e com abertura oral inferior a 2 cm, por limitação mecânica da mandíbula. À tomografia de face visualizou-se fraturas do mento, do côndilo mandibular direito, de ambas as maxilas, do osso nasal e da asa esfenoidal esquerda. Indicou-se intervenção cirúrgica de urgência. Devido à impossibilidade de abordagem da VA por laringoscopia direta e ao risco de perda da patência dessa na indução, optou-se pela execução do procedimento por via oral, com auxílio da cânula VAMA. Assim, realizou-se anestesia tópica da orofaringe com lidocaína 10% spray e transcricóidea, com 3 ml de lidocaína 2% seguida de intubação por broncofibroscopia (BF), com o paciente acordado, sem sedação. A seguir, induziu-se a anestesia geral seguida de derivação submentoneal do tubo, para melhor visualização do campo operatório. Após a cirurgia, o paciente foi extubado e transferido à sala de recuperação pós-anestésica.
Discussão: Ao acessar a VA nesses casos, o anestesiologista pode se deparar com a impossibilidade de realizar laringoscopia direta, o que torna a BF uma alternativa segura, que permite a visualização de todo o trajeto do tubo e a manutenção da ventilação espontânea em sua execução. O presente relato demonstra a relevância do domínio das diversas técnicas de manejo da VA e a aplicabilidade da BF em casos de fraturas panfaciais. Logo, é de suma importância a disseminação do aprendizado da BF para os anestesiologistas, permitindo resolutividade nos cenários de VA difícil.

Referência 1

1) Misha, Ravish, et al. Submental Intubations in Panfacial Fractures. Clin Cosmet Investig Dent. 2020; 12: 41–48.

Referência 2

2) Mittal, Gaaeta, et al. Airway Management in Maxillofacial Trauma: Do We Really Need Tracheostomy/Submental Intubation. J Clin Diagn Res. 2014 Mar; 8(3): 77–79.

Palavras Chave

Via área difícil; fratura panfacial; Manuseio das Vias Aéreas

Área

Gerenciamento de vias aéreas

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

RESIDÊNCIA - HOSPITAL MUNICIPAL ODILON BEHRENS MG - Minas Gerais - Brasil

Autores

FERNANDO OLIVEIRA NUNES CAIXETA, JESSÉ GOMES BARBOSA, VITOR TURRA ALEIXO VITARELLI, MARCO TÚLIO MOURA BASTOS, GABRIELA DE SOUSA OLIVEIRA