Dados do Trabalho
Título
Atualizações acerca do TAP block para redução de dor pós operatória pós-abdominoplastia.
Descrição
Justificativa e Objetivos: O TAP block é uma técnica de bloqueio anestésico do componente nervoso do músculo transverso do abdome, inicialmente descrita em 2001 por Rafi, e constitui-se de uma injeção infiltrativa de anestésicos locais no plano neurovascular da musculatura do reto abdominal, permeando e dessensibilizando os nervos intercostais, subcostais e íleo-hipogástricos. A técnica vem sendo bastante utilizada e bem documentada na literatura no âmbito de cirurgias abdominais não-estéticas. Entretanto, no âmbito da cirurgia plástica estética, o TAP block vem ganhando força, e vem sendo empregado principalmente com a finalidade de controle álgico no pós-operatório de abdominoplastia. Método: A revisão bibliográfica foi conduzida conforme o protocolo Six-Step Approach, descrito por Toronto e Remington, em 2020, associado ao instrumento para coleta de dados, formulado e validado por Ursi, em 2005. Inicialmente, foi performada uma busca sistemática nas seguintes bases de dados: PubMed, Embase, Medline e Lilacs; visando encontrar ensaios clínicos randomizados e revisões sistemáticas que comparassem o TAP block à outro método de analgesia, no contexto da dor pós-operatória pós-abdominoplastia. Os estudos selecionados mensuraram ao menos dois dos seguintes parâmetros: uso de analgésicos no pós-operatório, tempo até a primeira analgesia de resgate, escore de dor e tempo de internação. Resultados: Inicialmente, foram selecionados 17 artigos, os quais foram reduzidos a 10 artigos para análise, após a exclusão de artigos que tangenciam o tema ou não possuem metodologia adequada, constituindo um N final de 295 pacientes. O TAP block demonstrou grande eficácia em reduzir: escore de dor pós-operatória; necessidade de analgesia de resgate; consumo de opioides (em 12h, 24h e 48h); náuseas e vômitos pós-operatórios. Além de ser capaz de promover uma recuperação pós-cirúrgica mais rápida pela contribuição da ausência de dor à movimentação, e alimentação precoce, reduzindo tempo de internação hospitalar. A adição de cetamina e o uso de bupivacaína lipossomal mostrou-se um eficaz potencializador dos efeitos do bloqueio, melhorando, ainda mais, os parâmetros supracitados. Ainda, o TAP block foi mais eficaz do que os bloqueios de bainha do reto, pararretal e ilioinguinal na redução do consumo de opioides e prolongamento do tempo para a primeira analgesia. No entanto, a técnica pode ser menos eficaz em pacientes pós-bariátricos devido à maior quantidade de tecido ressecado, devendo ser associado outro método de analgesia para essa população específica. Conclusões: Pode-se concluir que o uso do TAP block em abdominoplastias e cirurgias abdominais estéticas é extremamente positivo para melhora dos parâmetros relacionados ao controle álgico pós-cirúrgico. Entretanto, alguns estudos apresentam limitações metodológicas e resultados conflitantes. Sugere-se, portanto, um ensaio multicêntrico, observando vários cenários anestésicos, no contexto da abdominoplastia.
Referência 1
TAHA, N. et al. The Efficacy of the Transversus Abdominis Plane Block in Abdominoplasty: A Systematic Review and Meta-Analysis. Cureus, 2023; 15:e48992.
Referência 2
MORTADA, H. et al. Optimizing Nonopioid Analgesia and Different Pain Management Options following Abdominoplasty: A Systematic Literature Review. Plastic and Reconstructive Surgery, 2022; 10:e4441.
Palavras Chave
TAP block; Abdominoplastia
Área
Anestesia Regional
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil
Autores
MATHEUS SILVA DUARTE DE OLIVEIRA, LARISSA CRISTINA COSTA, LUCAS BRITO MEIRA, JOSÉ NUNES DE QUEIROZ NETO, ERICK DE PAIVA LOPES FILHO, DÉBORA VIEIRA LOIOLA COUTINHO