Dados do Trabalho


Título

OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE COLECISTECTOMIA POR VÍDEO: UM RELATO DE CASO

Descrição

INTRODUÇÃO: A isquemia aguda é caracterizada pela redução rápida da perfusão do membro, comprometendo sua viabilidade. No ambiente hospitalar, a isquemia geralmente resulta de oclusão arterial aguda (OAA), ocorrendo em 1,5 casos por 10.000 pessoas anualmente, frequentemente associada a procedimentos cirúrgicos e fatores de risco do paciente. A recuperação anestésica é uma etapa crítica do pós-operatório imediato, podendo apresentar complicações específicas. Este relato tem como objetivo descrever a OAA como complicação no pós-operatório imediato no SRPA.

RELATO DO CASO: Mulher, 62 anos, 54 kg, IMC 27,1 kg/m², ASA II, portadora de hipertensão arterial sistêmica e previamente tabagista (30 anos-maço). Durante a avaliação pré-anestésica, negou histórico de eventos isquêmicos. Foi submetida a colecistectomia por vídeo eletiva. Foi realizada anestesia geral balanceada, utilizando-se na indução venosa: Fentanil 200 mcg intravenoso (IV), Propofol 120 mg IV, Lidocaína 2% 40 mg IV e Cisatracúrio 8 mg IV, seguida de intubação orotraqueal sob laringoscopia direta, com manutenção utilizando Sevoflurano. O procedimento transcorreu sem intercorrências. Após a extubação, a paciente apresentou quadro de agitação psicomotora exuberante, desorientação temporo-espacial, discurso acelerado e sem conteúdo esclarecido, com flutuação desses sintomas. Devido ao quadro de agitação psicomotora com risco de queda, optou-se pela administração de Diazepam 5 mg IV e, posteriormente, Haloperidol 3 mg IV, com relato subsequente de dor no membro inferior direito, predominantemente na região da coxa. Transferida ao SRPA com melhora da consciência, mas com persistência da dor, intensidade 6/10 na escala numérica-verbal, em pontada, com melhora total após Morfina 5 mg IV. Apresentava exame físico sem alterações na SRPA, mantendo temperatura e coloração do membro inferior, além de pulsos periféricos palpáveis e simétricos, recebendo alta para enfermaria. Após o encaminhamento para enfermaria, 6 horas após a alta do SRPA, a paciente apresentou piora da dor e perda de força no membro inferior direito. Ao exame físico, constatou-se ausência de pulsos femorais, poplíteos e pediosos à direita, com palidez distal do membro, diminuição da temperatura local, ausência de reflexos miocutâneos e impotência funcional importante. Foi realizado USG Doppler à beira-leito, detectando ausência de fluxo arterial ao nível da artéria femoral e ilíaca direita, sendo então iniciada a anticoagulação plena e realizada trombectomia de urgência em centro especializado.

DISCUSSÃO: A oclusão arterial aguda representa uma das complicações mais graves da doença arterial periférica, exigindo diagnóstico precoce com intervenções rápidas e eficazes. Identificar rapidamente o problema reduz a incidência de amputações e apresenta um significativo potencial de reversão, podendo salvar os membros acometidos. Desta forma, destaca-se a importância da prontidão clínica e da gestão eficaz no pós-operatório imediato.

Referência 1

Norgren L, Hiatt WR, Dormandy JA, et al. Inter-Society Consensus for the Management of Peripheral Arterial Disease (TASC Il). J Vasc Surg. 2007;45. Suppl S:S5-S67. doi: 10.1016/j.jvs.2006.12.037

Palavras Chave

complicação em pós-operatório imediato; oclusão arterial aguda

Área

Medicina Perioperatória

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

RESIDÊNCIA - HOSPITAL SANTO ANTONIO BA ASSOCIAÇÃO OBRAS SOCIAIS IRMÃ DULCE - Bahia - Brasil

Autores

AUGUSTO OLIVEIRA AMOR RIBEIRO COELHO, JOAO PEDRO SILVA SANTOS, PEDRO BRITO CORREA, ANTONIO MARCOS PENA DE SOUZA, DIJALMA GUEDES AGUIAR, PEDRO LAROCCA MAGALHÃES