Dados do Trabalho

Título

Delírio de emergência em crianças com uso de sevoflurano: fatores de risco e medidas profiláticas, uma revisão sistemática

Descrição

INTRODUÇÃO/OBJETIVO: Sevoflurano é um anestésico inalatório amplamente utilizado em crianças, principalmente por ter a possibilidade de ser inalado pela máscara facial e apresentar um início de ação rápida, baixa captação para os tecidos e rápida eliminação corpórea. Ademais, é comum, especialmente em crianças pré-escolares despertarem agitadas e em delírio após serem anestesiadas por esse gás, sendo denominado “delírio de emergência” (DE). Objetivamos analisar quais os fatores de risco para o DE em crianças com uso de sevoflurano e quais são as medidas profiláticas para o DE em crianças. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática com evidências científicas coletadas em 11 de julho de 2024 nos bancos de dados: CENTRAL, PubMed e LILACS, com os descritores “postoperative emergence delirium”, “children” e “sevoflurano” utilizando o operador booleano AND. Sendo os critérios de inclusão: artigos disponíveis para acesso online, publicados em português e em inglês, nos últimos 5 anos; os critérios de exclusão foram: literaturas cinzentas, artigos que não contemplassem o tema. Foram encontrados 40 artigos originais, sendo pré-selecionados 20 artigos e após leitura minuciosa 4 aplicavam-se ao pretendido. RESULTADOS: O enfoque dos achados foi dividido em dois tópicos. Foi considerado que os fatores de risco em crianças para DE divergem do público adulto e é um evento multifatorial, sendo considerado o achado de uma revisão sistemática. No tocante as medidas para tentar prevenir o DE, de acordo com um ensaio-clínico randomizado duplo-cego com 62 crianças com idades entre 2 e 12 anos submetidas a adenectomia ou tonsilectomia administrar baixas doses de clonidina durante a indução anestésica com sevoflurano reduz a incidência e a severidade do DE. Ademais, segundo um estudo clínico randomizado com 64 crianças com idades entre 1 e 12 anos com agendamento para reparo de hérnia inguinal a administração de propofol 3 minutos após o fim da anestesia com sevoflurano tem redução na incidência de DE. E segundo outro ensaio clínico prospectivo com 40 crianças com idades entre 2 e 6 anos agendadas para cirurgias ambulatoriais, a oferta de chupar pirulito reduz a incidência e a gravidade do DE. DISCUSSÃO: Pode-se confirmar que o DE é um evento que: aumenta o risco de lesão corporal, gera gastos com suprimentos hospitalares e pode causar traumas psicológicos as crianças e estresse aos responsáveis. Desse modo, a literatura é unanime ao constar que é um evento que deve ser evitado ao máximo. Sendo relevante entender qual o público que se encontra mais propenso a ele e como agir para tentar minimizar e evitar que ocorra. Todavia, apesar da ser imperativo a alta incidência do DE, por ser um evento com causas múltiplas ainda não foi encontrado um método completamente eficaz para evitá-lo. CONCLUSÃO: O DE é um evento traumático, que deve ser evitado ao máximo, por meio de ações preventivas. Como limitações desta revisão, ressalta-se a limitada quantidade de estudos.

Referência 1

Costi D, Cyna AM, Ahmed S et al. Effects of sevoflurane versus other general anaesthesia on emergence agitation in children. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2014; 9. Art. No.: CD007084.

Referência 2

Quintão VC, de Oliveira Sales CK, Herera EM et al. Delírio de emergência em crianças: uma pesquisa brasileira. Rev Bras Anestesiol. 2022; 72(2):207-212.

Palavras Chave

Delírio de emergência; CRIANÇAS