Dados do Trabalho
Título
Revisão sistemática: Estratégias e desafios na anestesiologia para o manejo de dor em pacientes queimados
Descrição
Justificativa e objetivos: Queimaduras são um grande desafio para anestesistas, já que elas podem causar: dores agudas intensas por períodos prolongados com capacidade de cronificação e cicatrizes que o paciente pode levar para o resto de sua vida, com alta influência psicossocial. Pacientes queimados necessitam de um manejo álgico extremamente eficaz a fim de garantir uma maior qualidade de vida. Dessa forma, esse estudo visa avaliar estratégias e desafios no manejo da dor em pacientes que sofreram de queimaduras. Método: Refere-se a uma revisão sistemática realizada através da base de dados BVS, em julho de 2024, com os descritores: “anestesia”, “queimaduras” e “dor” e em um período de 5 anos (2019-2024). Encontrou-se 13 artigos, dos quais 2 foram selecionados para elaboração deste documento. Não foram usados critérios de exclusão e foi usado como critério de inclusão o manejo da dor em pacientes queimados. Resultados: Com base nos estudos selecionados, observa-se que condutas não farmacológicas, a exemplo de hipnose, estimulação transcraniana contínua e sono de qualidade tem poder de auxiliar a conduta farmacológica nesses pacientes. Um grande desafio na conduta farmacológica é a prescrição de opioides, pois, embora causem tenham um efeito analgésico eficaz, contém risco de causar tolerância, hiperalgesia e dependência, na medida que seu uso persiste. Associado a isso, nos grandes centros, o uso de medicamentos não opiáceos como cetamina, clonidina e dexmedetomidina torna-se cada vez mais comum, enquanto os opioides são usados de modo mais limitado. Ademais, o uso de lidocaína endovenosa pode ser uma alternativa na redução da dose de opioides no manejo da dor. Gabapentinoides têm caído em desuso pelo seu baixo potencial analgésico nas dores agudas. Anestesia regional em nervos periféricos e em neuroeixo são alternativas de grande valia, já que além de fornecer uma anestesia adequada nas mais diversas localizações, podem compensar o uso de opioides de uma maneira extremamente eficaz. Conclusões: Conclui-se que, no contexto de manejo de pacientes queimados, um gerenciamento multimodal rápido deve ser priorizado associado a um atendimento psicossocial, a fim de mitigar a dor aguda, reduzir a chance de sua cronificação e cuidar da saúde mental do paciente. Além disso, opioides devem ser utilizados com muita cautela em relação ao tempo de uso e dose para dirimir os efeitos colaterais. Assim, o uso de medicações como cetamina, clonidina e dexmedetomidina tornam-se condutas viáveis e o uso de anestesia regional garante importante potencial benéfico no manejo de um paciente queimado da mais diversas gravidade. De tal modo, o papel do anestesiologista e o conhecimento e manejo das mais diversas drogas se faz notório no manejo do paciente queimado, embora ainda sejam necessários mais estudos referentes ao aprofundamento do tema.
Referência 1
Stapelberg F. Challenges in anaesthesia and pain management for burn injuries. Anaesthesia and Intensive Care. 2020;48(2):101-113.
Referência 2
Richa Wardhan, Brenda G Fahy. Anestesia regional e tratamento da dor aguda para pacientes adultos com queimaduras, Journal of Burn Care & Research , Vol 44, Edição 4, 2023, 791–799
Palavras Chave
Anestesia; Queimaduras; Dor
Área
Tratamento de Trauma/Queimaduras
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Universidade Tiradentes (UNIT SE) - Sergipe - Brasil
Autores
VINÍCIUS DE SOUZA ELOY, PALOMA LISBOA DE SOUZA