Dados do Trabalho


Título

Anestesia peridural para parto cesáreo eletivo com cateterização intraoperatória profilática das artérias ilíacas em paciente com Placenta Percreta

Descrição

Introdução
A hemorragia periparto é uma das mais graves complicações puerperais, responsável por 25% das mortes maternas. Entre as principais causas de hemorragia, destaca-se a implantação placentária. A placenta percreta, por sua vez, invade a serosa ou outras estruturas pélvicas, não havendo uma separação normal da placenta após o nascimento, com risco de hemorragia abundante. (1)
Este relato de caso descreve o manejo anestésico de uma paciente submetida a cesariana eletiva com colocação intra-operatória de balão intra-arterial pélvico para minimizar perda de sangue durante parto cesáreo eletivo com alto risco de hemorragia.
Relato do Caso:
PF, 32 anos, G2P1C, hipertensa gestacional, 38 sem, com diagnóstico de placenta percreta. Encaminhada para cateterização das artérias ilíacas, parto cesáreo e posterior histerectomia total. A paciente teve 2 cateteres periféricos 16G e uma linha arterial radial instalados. Cateter epidural foi colocado em L3-L4 via mediana, administrado 5mL lidocaína 2% e fentanil 100mcg. Posteriomente, a equipe da cirurgia vascular colocou um balão de oclusão da artéria ilíaca interna através do artérias femorais usando orientação fluoroscópica e confirmação angiográfica, sem insuflação, com mínimo de heparina local utilizado. O nível sensorial T4 foi obtido com 10mL de ropivacaína 0,5% e realizado parto cesáreo, com feto vivo APGAR 9/10. Em seguida, insuflou-se os balões de oclusão das artérias ilíacas e prosseguiu para realização da histerectomia total. Após 70min, a paciente evoluiu com choque hemorrágico sendo necessário abordagem da via área. A paciente recebeu administração de fluidos intravenosos, aminas vasoativas e hemoderivados. A histerectomia foi completada e a equipe conseguiu controlar a hemorragia com suturas e manejo hemodinâmico adequados. A paciente foi extubada e transferida para a UTI.
Discussão:
A anestesia regional tem uma série de vantagens sobre anestesia geral em obstetrícia, incluindo risco reduzido de aspiração, melhor controle da dor pós-operatória, melhor experiência materna no parto e diminuição da exposição fetal aos efeitos depressores da anestesia geral, diminuição do tônus uterino e da função plaquetária (2). Além disso, a cateterização das artérias ilíacas pode levar até 45 minutos, o que expõem o feto a anestesia geral por mais tempo. Escolheu-se anestesia epidural em vez de uma injeção subaracnoideana única para reduzir a simpatectomia inicial e permitir nova dose se necessário. A paciente apresentava extensa anomalia placentária exigindo uma cirurgia mais longa com perda sanguínea persistente apesar da cateterização das artérias ilíacas. Converteu-se para anestesia geral devido a preocupações em relação ao desenvolvimento de edema das vias aéreas devido à reanimação volêmica contínua, à inquietação do paciente e às preocupações dos cirurgiões em relação à extensa dissecção e à potencial perda contínua de sangue.

Referência 1

1- BRANDÃO, A. et all. Cateterização profilática de artérias uterinas com oclusão temporária do fluxo sanguíneo em pacientes de alto risco para hemorragia puerperal: é uma técnica segura?. JORNAL VASCULAR BRASILEIRO. ISSN 1677-7301

Referência 2

2- FULLER, A.; CARVALHO, B.; BRUMMEL C. Epidural Anesthesia for Elective Cesarean Delivery with Intraoperative Arterial Occlusion Balloon Catheter Placement. Anesth Analg 2006;102:585–7

Palavras Chave

Cesárea; PERIDURAL; percreta

Área

Anestesia Obstétrica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET ALFREDO AUGUSTO VIEIRA PORTELLA - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ARETHA PAES DE LIMA CARNEIRO, ROXANNE CABRAL PINTO SANTOS, LUISA DUTRA DE CASTRO, RAFAEL AUGUSTO SOUZA RANGEL, MARCO AURELIO DAMASCENO SILVA, CLAUDIA REGINA MACHADO