Dados do Trabalho


Título

Propofol Versus Anestesia Inalatória Em Pacientes Submetidos A Cirurgias De Ressecção Hepáticas: Uma Revisão Sistemática E Meta-Análise

Descrição

Justificativa e objetivos
Há incerteza quanto ao impacto da escolha entre anestésicos inalatórios e Propofol para a manutenção da anestesia em transplantes de fígado ou ressecções de massa hepática.
Método
O estudo foi previamente registrado no PROSPERO: CRD42023460715. Os critérios de inclusão seguiram o princípio PICO: pacientes submetidos a cirurgias hepáticas de ressecção ou transplante hepático (P), manutenção anestésica baseada em Propofol (I), manutenção anestésica baseada em agentes anestésicos inalatórios (C), e avaliação clínica e de marcadores laboratoriais pós-operatórios (O). Foram realizadas buscas nos buscadores PubMed, Scopus, Embase, Web of Science e Cochrane Library para identificar ensaios clínicos randomizados ou estudos observacionais, sem restrições de data de publicação ou idioma, em 5 de setembro de 2023. Foram conduzidas uma análise geral e análises de subgrupo para os seguintes subgrupos: pacientes submetidos a ressecção hepática devido a massa hepática, doadores hepáticos submetidos a transplante hepático e pacientes receptores hepáticos submetidos a transplante hepático. Realizamos a análise de desfechos categóricos a partir de risco relativo e de desfechos contínuos a partir de diferença média. Definimos a heterogeneidade a partir do teste de I2, sendo considerado significativamente heterogêneo quando I2 >40%.
Resultados
Dezesseis estudos, sendo 14 estudos clínicos randomizados, envolvendo 1.194 pacientes foram incluídos. A meta-análise não revelou diferenças significativas na função hepática pós-operatória, no tempo de internação hospitalar ou no tempo de permanência na UTI entre os pacientes que receberam Propofol e aqueles que receberam anestésicos inalatórios na análise geral. A análise de subgrupos mostrou algumas diferenças estatisticamente significativas: o Propofol foi associado a níveis mais baixos de ALT no primeiro dia pós-operatório em receptores de transplante de fígado (DM = -131,09; IC 95% -212,41 a -49,78; p = 0,002) e níveis mais baixos de AST no terceiro dia pós-operatório em doadores de fígado (DM = -29,76; IC 95% -50,99 a -8,52; p = 0,006). Por outro lado, os anestésicos inalatórios foram associados a níveis mais altos de albumina no terceiro dia pós-operatório em doadores de fígado (DM = 0,10; IC 95% 0,02 a 0,17; p = 0,010) e níveis mais baixos de ALT no segundo (DM = -93,30; IC 95% -122,08 a -64,53; p < 0,001), quarto (DM = -72,91; IC 95% -114,10 a -31,73; p < 0,001) e quinto dias pós-operatórios em hepatectomias (DM = -37,91; IC 95% -46,61 a -29,20; p < 0,001).
Conclusões
Apesar de algumas diferenças estatisticamente significativas em subgrupos específicos, a escolha entre Propofol e anestesia inalatória não teve efeito significativo nos testes de enzimas hepáticas pós-operatórios globais, no tempo de internação hospitalar ou no tempo de permanência na UTI. Esses achados apoiam o uso de qualquer estratégia anestésica com base na condição do paciente e na preferência do anestesiologista.

Palavras Chave

Transplante hepático; Metanalise; Anestesia por Inalação

Área

Medicina Perioperatória

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

GUSTAVO ROBERTO MINETTO WEGNER, BRUNO FRANCISCO MINETTO WEGNER, LUIGI WOLKMER SPAGNOL, HENRIK GERBER DE OLIVEIRA, LUIS ALBERTO DA COSTA, VALENTINE WOLKMER SPAGNOL