Dados do Trabalho
Título
BLOQUEIO DO PLANO DO ERETOR DA ESPINHA EM PACIENTE COM PNEUMONIA COMUNITÁRIA COMPLICADA SUBMETIDA A DECORTICAÇÃO PULMONAR VIDEOTORACOSCÓPICA
Descrição
INTRODUÇÃO: O bloqueio do plano do eretor da espinha (ESP) é uma técnica inovadora guiada por ultrassom, que administra anestésico local entre o músculo eretor da espinha e o processo transverso da vértebra. Esse bloqueio proporciona analgesia extensa e eficaz com menor dependência de opioides. O anestésico local pode se dispersar lateral e craniocaudalmente, alcançando até nove níveis vertebrais, tornando-o vantajoso para cirurgias torácicas complexas. Comparado a métodos tradicionais, como bloqueios paravertebrais ou epidurais, o ESP Block é menos invasivo e apresenta menor risco de complicações como pneumotórax e toxicidade sistêmica. RELATO DE CASO: Relatamos o caso de uma paciente feminina de 1 ano e 11 meses, com febre, tosse persistente e esforço respiratório acentuado. Após 30 dias de internação por pneumonia resistente ao tratamento, foi transferida para nossa unidade, ainda intubada e em ventilação mecânica. A tomografia revelou encarceramento e bolhas no pulmão esquerdo, necessitando de decorticação pulmonar e segmentectomia videotoracoscópica. Optamos pelo bloqueio ESP com agulha de 25 G guiada por ultrassom, permitindo uma administração precisa do anestésico local, minimizando riscos e melhorando a precisão. O bloqueio foi bem-sucedido, com dispersão do anestésico em até 3 níveis vertebrais e sem complicações adversas. A técnica proporcionou analgesia eficaz e uma recuperação mais confortável. Em contraste com técnicas tradicionais, que exigem bloqueios múltiplos e podem ter maiores complicações, o ESP Block ofereceu alívio significativo da dor com menor risco de efeitos adversos. Pós-operatoriamente, a paciente mostrou melhora notável no padrão respiratório e conforto, permanecendo bem ajustada ao ventilador e tolerando os ajustes da ventilação mecânica. Foi extubada com sucesso após 7 dias, com recuperação acelerada e melhor controle da dor. DISCUSSÃO: O bloqueio do plano do eretor da espinha mostrou-se eficaz e inovador para analgesia em cirurgia torácica, especialmente em contextos pediátricos e críticos. Ao contrário de bloqueios paravertebrais ou epidurais, que podem ser mais invasivos e apresentar mais riscos, o ESP Block oferece uma abordagem menos invasiva com excelente distribuição do anestésico. A agulha de 25 G aumentou a precisão do bloqueio e minimizou riscos. Essa técnica pode melhorar significativamente o conforto do paciente e a recuperação pós-operatória. Contudo, a principal limitação é a dificuldade de quantificar os benefícios em crianças e pacientes em ventilação mecânica. A Escala Visual Analógica pode ser útil para futuras avaliações. Mais estudos são necessários para consolidar a eficácia do ESP Block e definir protocolos ideais, especialmente para pacientes pediátricos.
Referência 1
Pourkashanian A, Narayanan M, Venkataraju A. Bloqueio do Plano do Eretor da Espinha: Uma Revisão de Evidências Atuais. Anaesthesia Tutorial of the Week, 2019; 414:1-11.
Referência 2
Kot P, Rodriguez P, Granell M, et al. The erector spinae plane block: a narrative review. Korean J Anesthesiol, 2019; 72:209-220.
Palavras Chave
Analgesia Multimodal; Cirurgia Torácica Pediátrica;
Área
Anestesia Pediátrica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET HOSPITAL SANTA RITA (ABBS) - Paraná - Brasil
Autores
LEANDRO LUIS TONELLO COUTINHO, CAROLINE GAUDENCIO CADMI, GREGORI KIRKI FRANCESCON MARTINS, NATALIA TOZZI MARQUES, SANDERLAND JOSÉ TAVARES GURGERL, GUILHERME DE HOLANDA COTA