Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: Abordagem Anestésica em Cirurgia de Fratura de Fêmur em Paciente Idosa com Múltiplas Comorbidades

Descrição

Introdução:
Pacientes idosos e com múltiplas comorbidades exigem abordagem anestésica cuidadosa, monitoramento rigoroso e a titulação adequada do anestésico. A escolha da técnica deve maximizar a segurança e minimizar os possíveis riscos.
Relato de caso:
Paciente de 89 anos, sexo feminino, submetida a cirurgia ortopédica para correção de fratura de fêmur, ASA IV, previamente hipertensa, portadora de estenose aórtica grave, diabetes mellitus tipo 2, asma, sarcopenia e desnutrição (IMC 17,5). A tecnica anestésica de escolha foi raqui-peridural continua com bloqueio de nervo femoral. Optado por iniciar anestesia com bloqueio periferico guiado por ultrassonografia e neuroestimulador com injeção de 15ml de Ropivacaina 0,375%. Após, puncionado espaço peridural com passagem de cateter seguido de raquianestesia com injeção de 5mg de Bupivacaina isobárica 0,5% e 25mcg de Fentanil. Monitorização intraoperatoria realizada com ECG de 5 derivações, pressão arterial não invasiva, oximetria e ecocardiograma transtoracico. Paciente manteve-se estável hemodinâmicamente e em respiração espontânea durante todo procedimento.
Discussão:
A técnica anestésica combinada raqui-peridural contínua foi selecionada para este caso devido ao perfil complexo da paciente. A estabilidade hemodinâmica é crucial no paciente com estenose aórtica grave, necessitando de controle rigoroso de frequência cardíaca e pressão arterial. A anestesia geral, nesse contexto, poderia ocasionar mais hipotensão e sobrecarga cardíaca, além da ventilação espontânea no paciente portador de asma ser preferível por evitar a manipulação da via aérea. O cateter peridural possibilita controle mais eficaz da dor pós operatória, possibilitando mobilização precoce e prevenindo a piora da sarcopenia. Desafios encontrados ao optar por essa técnica nesse contexto são o posicionamento adequado frente à fragilidade e dor no local da fratura, alterações anatômicas da coluna vertebral, titulação adequada dos agentes anestésicos utilizados para evitar instabilidade hemodinâmica e possível bloqueio alto por maior dispersão do anestésico local.

Referência 1

Sawhney, Ravindra et al. “Anesthetic considerations in a patient with severe aortic stenosis for craniotomy.” Journal of neurosurgical anesthesiology vol. 15,2 (2003): 151-4. doi:10.1097/00008506-200304000-00014

Referência 2

Papanicolas, L.E., Timmons, S.D., & Hudson, M.E.. "Regional Anesthesia in Geriatric Patients: Physiological Considerations and Clinical Implications." Anesthesiology Clinics, 2018. 36(2), 315-331. DOI: 10.1016/j.anclin.2018.01.011.

Palavras Chave

Combined Spinal-Epidural Anesthesia; Severe Aortic Stenosis

Área

Anestesia Geriátrica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET SERV.ANEST.HUFJUIZ DE FORA - Minas Gerais - Brasil

Autores

KAREN TOLEDO MORAIS IGLESIAS, GIOVANI ALVES MONTEIRO, FERNANDO PAIVA ARAUJO, MARCO ANTONIO SIMÕES MAIA, JESSIKA STEPHANI SILVA CARDOSO, KAMILA ALVES DA SILVA FERREIRA