Dados do Trabalho
Título
FRATURA DE CATETER PERIDURAL EM COLECTOMIA : RELATO DE CASO E MANEJO
Descrição
Introdução
Os procedimentos anestésicos epidurais são amplamente utilizados em diversas cirurgias devido à sua eficácia no controle da dor e na redução da necessidade de opioides sistêmicos. No entanto, como qualquer procedimento invasivo, apresentam riscos e complicações que precisam ser geridos adequadamente. Este relato de caso descreve uma complicação rara durante a tentativa de inserção de um cateter peridural em um paciente submetido a uma colectomia à direita, ressaltando a importância do manejo adequado e do acompanhamento pós-operatório.
Relato de Caso
Paciente masculino, 47 anos, admitido para colectomia à direita. Sem comorbidades e sem uso de medicações contínuas. Monitorização com ECG, PANI e SPO2, posicionado em decúbito lateral esquerdo e sedado com 5 mg de Midazolam EV e 50 µg de Fentanil EV para passagem do cateter peridural. Após assepsia do local de punção, identificado o espaço L1-L2 e realizada punção com agulha de Tuohy 16 G. Injetado 1 mg de morfina e 5 ml de ropivacaína a 0,25%. Durante a inserção do cateter, houve resistência e, ao retirar o cateter, observou-se um fragmento fraturado de aproximadamente 3 cm. Cancelada nova tentativa de passagem do cateter, paciente induzido à anestesia geral balanceada e cirurgia realizada sem intercorrências. A radiografia tóraco-lombar não evidenciou fragmentos do cateter. Paciente extubado sem intercorrências e sem queixas álgicas. O ocorrido foi relatado ao paciente, que recebeu explicações sobre possíveis complicações. Paciente internado por cinco dias, com tomografia toracolombar e ultrassonografia não identificando fragmento do cateter. Recebeu alta sem queixas e, uma semana após, negou desconforto ou queixas em teleconsulta.
Discussão
A fratura de cateter peridural é um evento raro, com poucos relatos na literatura. Pode ocorrer devido a técnica inadequada, resistência na inserção ou defeitos no material do cateter. Neste caso, a resistência durante a inserção pode ter contribuído para a fratura. A identificação e manejo adequado são essenciais para evitar complicações. A ausência de sintomas e a não visualização do fragmento em exames sugerem que não migrou para locais de risco, como canal medular ou áreas vasculares. A abordagem conservadora, com monitoramento e explicação ao paciente, foi eficaz. Exames adicionais e teleconsulta garantiram a segurança do paciente.
Referência 1
Carvalho, M. R., & Gonçalves, M. J. (2019). Complicações em anestesia peridural: revisão da literatura. Revista Brasileira de Anestesiologia, 69(3), 235-243.
Referência 2
Dias, L. T., & Silva, R. F. (2017). Manejo de complicações em anestesia regional. Journal of Clinical Anesthesia, 34(2), 101-110.
Palavras Chave
Anestesia Peridural; analgesia peridural; Complicações Perioperatórias
Área
Medicina Perioperatória
Fonte de financiamento
Instituição de Origem
Instituições
RESIDÊNCIA - ASSOCIACAO MATOGROSSENSE DE COMBATE AO CANCER - Mato Grosso - Brasil
Autores
JÉSSICA BRITES MIRANDA, LÍVIA SERAGLIO SOUZA, YGOR DALOSSE PINHEIRO, IGOR SEROR CUIABANO, DANIELA CHRIST RODRIGUES, IARA CRISTINA GAUER BARCELOS