Dados do Trabalho


Título

Flegmasia Cerúlea Dolens: um relato de caso anestésico

Descrição

Introdução: A trombose venosa profunda (TVP) se não tratada ou identificada precocemente, tem como uma das possíveis complicações graves e raras Flegmasia Cerulea Dolens (FCD), síndrome aguda e emergencial de TVP, com ausência de pulsos e cianose. Evolui rapidamente para desfechos drásticos (25% em mortalidade, 12-25% em amputação) devendo ser abordada rapidamente. O tratamento é discutível devido à escassez literária. Relato de Caso: Mulher, 44 anos, 64kg, quadro álgico agudo importante em membro inferior esquerdo (MIE), edema, palidez seguida de cianose em membro e pulsos impalpáveis. Foi diagnosticada com FCD e conduzida ao centro cirúrgico. Usava há 2 meses anticoncepcional oral gestodeno 75mcg + etinilestradiol 30mcg após usar por um ano medroxiprogesterona 150mg injetável. G7P6A1. ASA I-E, estável. Realizado filtro de veia cava com acesso femoral esquerdo para trombectomia venosa (proximais e distais, aspecto recente) fístula arteriovenosa em femoral-safena esquerda e fasciotomia. Optado por anestesia geral balanceada: Fentanil 250mcg, Lidocaína 100mg, Propofol 150mg e Rocurônio 70mg. Administrado 5000UI de Heparina a pedido da vascular, revertidas com 2500UI de Protamina. Hidratação total: 2500ml de ringer lactato. Após 3 horas, administrada Morfina subcutânea 7mg e Sugamadex 200mg para reversão neuromuscular e extubação. O procedimento é encerrado sem intercorrências. Discussão: O caso exige procedimentos que cursam com variações hemodinâmicas importantes, visto a abordagem invasiva. Assim, o bom manejo anestésico por meio do tipo de anestesia, controle de fluidos e escolha de drogas é essencial. Foram utilizados fármacos que prezam por uma evolução perioperatória favorável. Os sequenciais procedimentos realizados em uma mesma janela cirúrgica e complicações como síndrome de reperfusão e eventos tromboembólicos indicavam que a anestesia geral seria uma boa escolha. A paciente encontrava-se responsiva e orientada após o fim da cirurgia. A análise de exames perioperatórios demonstram estabilidade da bioquímica e do hemograma. Por estar plenamente anticoagulada durante a internação, o bloqueio do neuroeixo estava contra indicado. Cursou com boa evolução, precisando ser abordada cirurgicamente apenas para continuidade dos procedimentos, sem mais complicações. O bom manejo anestésico interferiu para o desfecho positivo e a escassez de relatos na literatura sobre esta patologia demonstra a relevância da publicação dos procedimentos anestésicos neste caso.

Referência 1

VISIBELI, BB. PRATES, MP. ANTONIO, LGM. Flegmasia cerúlea dolens em paciente com deficiência da proteína S: Relato de caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 12, Vol. 08, pp. 52-57. Dezembro de 2019. Disponível em . Acesso em 2 de Julho de 2024.

Referência 2

SILVA-RODRIGUEZ, OM. Flegmasia cerulea dolens. Reporte de casos. Rev Med Hered, Lima , v. 31, n. 2, p.119-123, abr. 2020. Disponível em . Acesso em 6 de Julho de 2024.

Palavras Chave

Complicações Vasculares; flegmasia

Área

Medicina Perioperatória

Fonte de financiamento

Instituição de Origem

Instituições

RESIDÊNCIA - HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO RJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

FELIPE VIÇOSI PARIS, THAIS PERES PIVA, PAULO VIÇOSI PARIS, MARIA CLARA BRIGIDO FERNANDES BRAGA, RAFAEL MERCANTE LINHARES, HENRIQUE VIANA LYRA