Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DE DOR REGIONAL COMPLEXA E MEDIDAS ANALGÉSICAS: RELATO DE CASO

Descrição

Introdução: A Síndrome de Dor Regional Complexa é uma condição que gera prejuízos ao paciente pelo quadro álgico incapacitante. Esta condição está relacionada à morbidade crônica que envolve patologias, como Distrofia Simpática Reflexa, Algodistrofia, Síndrome Dolorosa Pós-traumática, causalgia. Essa síndrome pode ser caracterizada por apresentar dor espontânea em queimação, hiperalgesia associada a edema, alteração da motricidade e anormalidades autonômicas. Relato de caso: Paciente C.G.F, sexo feminino, 41 anos. Em 2018, envolveu-se em um acidente de trabalho, sofrendo esmagamento da mão esquerda. Foi realizada cirurgia corretiva na mão acidentada. Evoluiu com Síndrome Dolorosa Complexa Regional tipo 1. Em 2021, submeteu-se a cirurgia para implantação de neuroestimulador, sem eficácia e o procedimento foi repetido em 2023. Mensalmente, realiza infiltração de anestésicos nos pulsos e bloqueios de gânglio estrelado. A Ressonância Magnética (RM) de punho direito e esquerdo revelou sinovite; RM de coluna lombossacra e coluna cervical revelou alterações pós operatórias e degenerativas; RM de joelho esquerdo revelou fissura condral e derrame articular. Faz uso de pregabalina 150mg, ciclobenzaprina 10 mg, Paracetamol+Codeína 30mg, Tramadol 50mg, Ibuprofeno 600mg, Rivotril 2mg, Dormonid 15mg, Haloperidol 5mg, Fluoxetina 20mg, Ácido Valproico 500mg. Descrição de série: Tratar Síndrome Dolorosa Complexa Regional Pós-traumática, com evolução de seis anos, que gera comprometimento físico, social e emocional, além de representar um grande desafio, devido ao caráter multifatorial da dor. Pacientes com essa síndrome desenvolvem quadro álgico, edema, instabilidade vasomotora, rigidez articular, lesões cutâneas e atrofia óssea. Por ser uma condição complexa, é necessário realizar associações terapêuticas para se obter um bom resultado. O tratamento deve ser baseado em analgesia e fisioterapia para evitar a exacerbação da dor, uso de analgésicos de ação central, anestesia regional, bloqueio simpático, dessensibilização de nervos periféricos e associação entre antidepressivos tricíclicos, gabapentina, opioides e capsaicina tópica; bloqueio de gânglio estrelado; toxina botulínica, são algumas alternativas para o tratamento da dor crônica provocada pela síndrome. Discussão: O tratamento da dor crônica deve ser individualizado, multimodal, holístico e baseado em evidências. Diante da complexidade dos sintomas e da fisiopatologia, o profissional médico não deve se sentir limitado a um tratamento modesto, mas persistir na associação de tratamentos que proporcionem o alívio da dor e a melhoria da qualidade de vida. Entre os procedimentos anestésicos, o bloqueio de gânglio estrelado e pulsos, embora não elimine a dor por completo, se mostra uma alternativa eficaz para a redução da dor.

Referência 1

ALVARES, J. F. et al. Síndrome Dolorosa Regional Complexa: atualização. 2009. rmmg.org, v. 19, n. 4, p. 111–115.

Referência 2

BORTAGARAY, S. et al. Methods of diagnosis and treatment of complex regional pain syndrome: an integrative literature review. Brazilian Journal Of Pain. 2019. v. 2, n. 4.

Palavras Chave

Dor; Dor crônica; Analgesia

Área

Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

PAULO HENRIQUE OLIVEIRA BARROSO, THIAGO SOUZA LEÃO CÂMARA, JULIA BORBA OLIVEIRA, MARIA CLARA COELHO, RAFAELA MENDES TOBIAS, CÉLIA MARIA OLIVEIRA