Dados do Trabalho
Título
Avaliação de epistaxe e dos parâmetros hemodinâmicos com uso de lidocaína com vasoconstritor versus oximetazolina em intubação nasotraqueal: ensaio clínico randomizado
Descrição
Justificativa e objetivos: A intubação nasotraqueal (INT) é a abordagem da via aérea mais utilizada para cirurgias bucomaxilofaciais e de cabeça e pescoço. A epistaxe é a complicação mais comum e para preveni-la é realizado o preparo da mucosa nasal com fármacos vasoconstrictores. Na literatura permanece como matéria de discussão qual deles teria superioridade na prevenção. O objetivo desse estudo foi comparar a ocorrência de epistaxe e os parâmetros hemodinâmicos com uso de lidocaína com vasoconstritor versus oximetazolina. Métodos: Ensaio Clínico Randomizado e duplamente encoberto, amostra de 36 pacientes adultos, ASA I ou II, programados para cirurgia bucomaxilofacial eletiva, com INT sob anestesia geral balanceada. Após admissão na SO todos os pacientes foram sedados com midazolam 2mg e cinco minutos após foi instilado na mucosa nasal, com auxílio de atomizador, no grupo (L) 3ml de lidocaína com vasoconstritor 2%, no grupo (O) 3ml de oximetazolina 0,05%, e no grupo (S) 3ml de soro fisiológico. Em todos os pacientes a indução foi realizada com fentanil (3 mcg/kg), lidocaína sem vasoconstritor (1mg/kg), propofol (2 mg/kg), rocurônio (0,6mg/kg) e manutenção com sevoflurano e remifentanil. Foram avaliadas a ocorrência e gravidade da epistaxe durante e imediatamente após a INT e os parâmetros hemodinâmicos (frequência cardíaca, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e pressão arterial média) nos seguintes momentos: ao entrar na sala cirúrgica; após a sedação com midazolam (T0); 5 minutos depois da instilação da solução tópica nasal (T5); e imediatamente após a INT (TF). Foi considerado significativo o valor de p<0,5. Resultados: A maioria dos pacientes foram homens (24/66,7%), idade em média maior que 30 anos (32,1±8,3), IMC médio em torno de 25kg/m2 (25,6±4) e classificação ASA II (28/77,8%). Comparando a ocorrência de epistaxe, houve uma redução da incidência em ambos os grupos (GL= 4/33,3% e GO= 2/16,7%) quando comparado ao placebo (GS= 7/58,4%) sendo estatisticamente significativo apenas no GO vs. GS (P=0,035), com uma redução do risco de sangramento em 71%. Comparando a graduação da epistaxe, nos grupos GL e GO houve apenas a incidência de sangramento mínimo (GL 4/100% vs. GO 2/100%), enquanto que no GS houve sangramento mínimo (GS 4/57,1%) e leve (3/42,9%). Nenhum paciente apresentou sangramento moderado ou intenso. Na avaliação das repercussões hemodinâmicas, não foram evidenciados aumentos relevantes dos parâmetros e não houve diferenças estatísticas entre os grupos. Conclusão: o uso tópico de lidocaína com epinefrina e de oximetazolina na mucosa nasal diminuiu a incidência e o grau de epistaxe na INT. Essa prática mostrou-se segura no uso da anestesiologia, pois não foram evidenciadas alterações hemodinâmicas relevantes.
Referência 1
Katz RI, Hovagim AR, Finkelstein HS, Grinberg Y, Boccio RV, Popper PJ. A comparison of cocaine, lidocaine with epinephrine, and oxymetazoline for prevention of epistaxis on nasotracheal intubation. J Clin Anesth 1990; 2:16-20.
Referência 2
KAMEYAMA, Kimiko et al. Effects of nasal application of an epinephrine and lidocaine mixture on the hemodynamics and nasal mucosa in oral and maxillofacial surgery. Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 66, n. 11, p. 2226-2232, 2008.
Palavras Chave
Epistaxe; Intubação;
Área
Gerenciamento de vias aéreas
Fonte de financiamento
Privado
Instituições
CET DR. OTÁVIO DAMÁZIO FILHO - Pernambuco - Brasil
Autores
ISABELA SILVEIRA ARAUJO, IGOR RABELO DE ALCANTARA, JANE AUXILIADORA AMORIM